segunda-feira, maio 30, 2005

"Rock era coisa de empregada"

O jornalista Ricardo Alexandre, autor do fundamental Dias de luta, alentado passeio pelos (des)caminhos do rock brasileiro dos anos 80, parece que está mesmo a todo vapor na Editora Abril. Depois de coordenar o projeto em quatro volumes História do Rock Brasileiro sob o selo da Super Interessante, um sucesso editorial - não sei se de vendas - o rapaz conseguiu ressuscitar a boa e velha Bizz. Não a revista mensal, que formou gerações de rockers brazucas ao longo de 17 anos de rica trajetória, mas edições especiais, que, se não preenchem a lacuna da necessária veiculação de noticias frescas de rock, pelo menos ajuda a formar novas gerações de sabidinhos, contando a história do estilo. Assim, R.A. e a nova Bizz, sempre contando com estelares participações especiais, vem lançando edições especiais supimpas como As 100 Maiores Capas de Todos os Tempos, a História do Rock (em 5 volumes) e a aguardada coleção Classic Albuns, em parceria com a ST2, já devidamente comentada no post sobre Pink Floyd aqui embaixo. A História do Rock Brasileiro, por sinal, voltou em edição especial reunindo os 4 volumes dentro de uma embalagem de papelão meio vagabunda. Custa R$30 e é uma boa pechincha, visto que separadamente, custavam R$12,95. Chato para quem comprou antes um por um, como estou fazendo agora com a História do Rock (já nas bancas o volume 2, com Beatles na capa), coisa da qual tenho certeza que vou me arrepender depois.

A propósito, estava lendo o volume dois da História do Rock Brasileiro, com Raul na capa, e nela me deparei com uma entrevista do próprio (publicada na Bizz de maio de 1986) da qual, a seguir, reproduzo um trecho assaz interessante ipsis literis.

"Qual era a visão do povo em relação ao rock?

Raul Seixas > A bossa nova surgiu com o chá chá chá, e o rock n` roll, com uma influência do calipso. Era chique tocar bossa nova e o chá chá chá era permitido. Com o rock era outra história: eu tinha de ir até o clube das empregadas para dançar com elas. A empregada lá de casa era minha fã. Chegou uma vez para minha mãe e disse que tinha dançado comigo. Minha mãe quase morreu... E eu ia dançar também com o pessoal da TR, uma transportadora de lixo. Era a moçada que curtia rock. Não se falava disso na sociedade. Rock era coisa de empregada. Lembro que a gente tocava num lugar chamado Cinema Roma - era o templo do rock. E no Teatro Vila Velha se apresentavam os intelectuais: Caetano, Gil, Tom Zé, Maria Bethânia, que faziam bossa nova.

Você era marginalizado por isso?

Raul Seixas > Se era, freqüentava o Iate (Clube) e o (Baiano de) Tênis, que eram os clubes mais metidos a besta de Salvador. Chegava de camisa vermelha, com a gola levantada e ficava num canto tomando cuba-libre enquanto os outros dançavam. Mas não me importava, me achava importante, tipo 'tô revolucionando tudo'."


Opa, opa. Antes de prosseguirmos, é bom dar uma parada (do verbo parar, seu junkie), para respirar fundo, coçar a cabeça e perguntar: como assim, cara? Rock era coisa de empregada?

É muito engraçado isso, por que o que era então considerado som de intelectual (Caetano & cia) hoje se esforça para se aproximar cada vez mais das camadas mais humildes da sociedade, até mesmo regravando clássicos brega como aquelas músicas do Peninha, abordando o forró e o reggae (Gil) e regurgitando o Rei ad nauseam (Bethânia). Enfim, fazendo de tudo para vender muito. Já o rock, um estilo de movimento amplo demais para ser apontado em uma única direção, só encontra o caminho do povão no rock adolescente estúpido, machista, consumista e pasteurizado (Charlie Brown, Detonautas, CPM 22 e similares).

Reflitamos: qual a diferença entre uma letra do CPM ou do Detonautas e uma do Chitãozinho & Chororó? Ou melhor, qual a diferença entre uma música desses primeiros e outra de qualquer dupla sertaneja vagabunda? Tirando o grau de distorção das guitarras e o número de tatuagens, rigorosamente nenhuma.

O rock brasileiro que chega às massas adolescentes hoje em dia é tão careta, pobre, boçal e babaca quanto qualquer pagode, axé ou sertanejo. Tatuagens demais, idéias de menos. Piercings em demasia e defasagem de reais atitudes criativas. O rock mainstream foi envenenado, formatado, ensacado e colocado na prateleira do supermercado, distribuído em brindes da Coca-Cola, Fanta e Kuat, vendidos em ringtones para celular. Tudo o que a gente temia. E nada disso é segredo para ninguém. Não faço aqui nenhuma revelação bombástica. Isso para não mencionar o amplo espaço perdido no imaginário jovem para o hip-hop, cujos representantes mais bundões e aplayboyzados são exatamente os que fazem mais sucesso. Quanto mais músculos, tatuagens, carrões, armas, jóias, roupas de griffe, mansões, vagabundas, boçalidade e arrogância, melhor.

Nada contra músculos, carrões, jóias etc. Mas pelo visto, isso virou o fim, a meta a ser perseguida a qualquer custo. A música? Ora, quem está preocupado com isso?

O que me incomoda é: onde, afinal, foi parar a inteligência adulta do rock nacional mainstream? Onde está a ironia bem humorada de um Roger do Ultraje, a acidez punk de um Marcelo Nova, a intuição genial do próprio Raulzito, a poesia urbana de Cazuzas e Renatos, a crônica social divertida de um Léo Jaime, a agressividade doce de um Lobão? Até mesmo, e eu nunca pensei que diria isso, mas já que estamos falando de alcance popular, onde estão os hitmakers pop certeiros como Lulu Santos e Herbert Vianna? Se acabaram?

O que foi feito de tudo isso? Ninguém deixou herdeiros? (Eu disse herdeiros, não apadrinhados.)

Não me entendam como um daqueles coroas naquele velho papo de que "no meu tempo é que era bom". Longe disso. Meu tempo é agora. Vejo muita coisa bacana nos cenários rock nacional e local. Mas o rock dos anos 00 não fala mais a língua do povo. É coisa de moleques classe média, média-alta, universitários, jornalistas, gente que fala inglês e tem acesso à internet e à informação especializada, dirigida à porções ínfimas de público, como este blog. Você não vê mais taxeiros, caixas de supermercado e empregadas domésticas cantarolando sucessos do rock nacional, como se via na década de 80. Ali, o rock estava não apenas do lado seu público alvo primário (os jovens), mas também estava, efetivamente, nas ruas, na boca do povão.

Por que esse movimento não teve continuidade?

Bom, pelo menos duas coisas sabemos com certeza. No fim da década de 80, (1) o rock nacional estava em entressafra (ressaca, mesmo) criativa e (2) os empresários do meio artístico estavam em altas armações, como os estouros em seqüência da lambada, do sertanejo, da axé music e do pagode. Não fossem Skank, Raimundos e Mamonas Assassinas, a primeira metade da década de 90 praticamente não veria a cara da música jovem brasileira no mainstream. Junte a isso uma recessão econômica fudida e o advento do senhor Fernando Collor, e teremos o receituário do desmantelamento do cena pop rock brasileira com apelo popular.

Enfim: em que ponto o rock errou? Em que ponto ele perdeu o contato com o povão? Até que ponto a culpa foi nossa e até que ponto foi deles (os donos do poder, manipuladores da cultura oficial e da opinião pública)?

Esse assunto, espero, não morre aqui. Na verdade, ele está continuando. As respostas à essas perguntas do parágrafo anterior ainda serão conhecidas - algumas já o são, claro. Outras surgirão com o tempo. Aqui, ali, e sabe lá onde mais.

NOTÓRIAS RÁPIDÓRIAS

WANTED - Chegou às bancas Wanted: Procurado, do mega insano escocês Mark Millar, (autor de Os Supremos, excelente reformulação dos Vingadores para a linha Ultimate Marvel). Wanted é uma minissérie em três edições publicada pela Dark Horse nos EUA (Mythos aqui no Brasil) que conta a história de Wesley Gibson, um mané loser white trash total que descobre ser filho do maior supervilão de todos os tempos. Quando o pai que ele nem sabia existir morre assassinado, toda a sua fortuna reverte para Wesley, bem como seus poderes, inimigos etc. Millar é da escola Grant Morrison (Os Invisíveis, Novos X-Men): portanto, loucura pouca é bobagem. Muitas referências escondidas para nerds caçarem em toda parte, conceitos absurdos, ação cinematográfica. O primeiro número (salgados R$7,50) é bem divertido e tá nas bancas.

DARTH ATACA - Ladrões espertos se aproveitaram das estréias do Episódio 3 nos EUA para assaltar no meio da multidão de gente fantasiada de personagens da série Star Wars. O cara se veste de Darth Vader, chega no caixa e diz: me passa toda a grana, seu jedi sujo! No meio de um monte de Leias, clone troopers, wookies e jedis diversos, quem vai notar um assalto de verdade? Leiam aqui.

MORRISON VIVE - Ou não. Mas tem gente no Oregon que jura que Jim Morrison apareceu em alguns rodeios realizados no sul do estado em 1998. O A Current Affair, programa de TV que veiculou a notícia ainda entrevistou Cherry Woods, proprietária do prédio em que Jim Morrison morou em Hollywood antes de se mudar para Paris. Cherry disse ter uma papelada com documentos e informações, incluindo a suposta nova identidade que o FBI teria dado ao ex-líder do Doors. Putz. Deixa o homem descansar em paz, seus malas. Essa notícia foi pescada do site da Dynamite, mas eu perdi o link específico. Vai lá e procura direitinho que cê acha.

BIG LOBO STRIKES AGAIN - Lobão vai lançar disco novo pela sua revista Outra Coisa, que aliás, também passará a ser produzida em Portugal, por jornalistas portugueses. Bacana. Peço licença à rapaziada da Championship Vynil para reproduzir aqui trechos da entrevista que o cantor e provocador profissional deu ao O Globo, pescados direto daquele estimado blog. Sintam só a categoria de boxeador do rapaz.

"Meu disco é um manifesto antitropicalista. Fico chocado ao ver que, no ano do Brasil na França, quem nos representa é Carlinhos Brown, Ivete Sangalo, Caetano. Esse povo não me representa. A idéia que fazem da gente é de uma coisa primitiva, singela. O que se faz na música brasileira há muito tempo é anódino e paumolescente como a bossa nova e a lounge, que são músicas de elevador. É música católica culpada, que faz elegia à singeleza da pobreza. É Gente humilde, Meu guri e Construção, um rococó barroco de proparoxítonas ao luar. Quero dizer que não nos tornaremos uma micareta constante."

"Vivemos o imperativo do gosto europeu. Mas ninguém mais rebola bossa nova em Copacabana. Ninguém vai dizer com tom professoral o que eu sou. Bebel Gilberto é um amor, canta bem, mas o que ela faz é um lixo. Maria Rita é o eterno retorno do mesmo. Este ano, o mercado independente já lançou mais de 300 CDs. Quantos a Universal lançou? É uma ditadura pior que a dos anos 60, quando se torturava e se matava. Hoje o mundo é cor-de-rosa e o mal, impalpável."

Depois dessas, realmente, não dá para escrever mais nada. Fico até envergonhado. Té mais, gente.

segunda-feira, maio 23, 2005

SANGUINHO NOVO NO ROCK LOCO

Mais um post, que o negócio aqui é agilidade nessa bagaça! E agradeçam.

Esse namoro só podia mesmo acabar em casamento. Após meses de mão naquilo e aquilo na mão (opa), o Rock Loco e o Clash City Rockers se unem todas as noites de quarta-feira. A partir desta semana, a esperta trupe Clash City assume as quartas-feiras do Rock Loco lá no Vale das Pedrinhas. Brama e Big se retiram para a recém inaugurada Unidade de Novas Tecnologias do Rock Loco, onde desbravarão novas fronteiras para nosso estimado programa, bravamente levando o Rock Loco aonde nenhum programa jamais esteve. Na minha humirde opinião, esse programa não poderia mesmo cair em melhores mãos. Gente que entende do riscado, sem medo de fazer e falar. Olha só o time: Marcão, Miguelão Cordeiro, Claudão Esc, The Martinez Bros, Fernandão Ribeiro e mais uma uma pá de gente que me escapa agora, foi mal. Portanto, amiguinhos e inimiguinhos, NÃO percam a sensacional estréia (aqueles que conseguem ouvir a rádia, claro) nesta quarta, às 20 horas da Night Clash City Rockers no Rock Loco. Bem vindos, meus caros. Tomara que continuemos juntos por muitos e muitos invernos por vir.

Aliás, a família Rock Loco não pára de crescer. Depois de Yara Vasku substituindo Mário Jorge às quintas, tivemos também o companheiro Tiago Fernandes substituindo Roney Jorge às terças, com Luciano Matos, fato que passou meio batido por aqui, dado o perfil low profile do rapaz. Mas bem-vindo atrasado ao brother Tiago, tb, né, por favor...

HEY HEY MY MY INDIE ROCK NEVER DIES - Deu na Dynamite! Deu no Omelete! A sensacional e fundamental Stone Roses deve voltar, quem sabe, ainda esse ano. Segundo Noel Gallagher, guitarrista do Oasis, os caras do Stone Roses " seriam idiotas se não voltassem a tocar". Ou melhor: seriam idiotas se não colocassem a mão em toda a $$$$$$$$$$ que eles deverão ganhar voltando. Viva o indie rock! E danem-se os maletas que querem enterra-lo precipitadamente em favor de bandas modistas e passageiras. É isso aí. Leia a notícia no portal Dynamite aqui.

SENHORES DA CIDADE CÃO - Califórnia, anos 70. Uma onda de calor desgraçado assola uma trupe de surfistas, que, entediados, criam a cultura do skate radical ao invadir casas abandonadas para esvaziar as piscinas e cair com o skate lá dentro e fazer as mais loucas manobras, até então nunca vistas. O excelente documentário Dogtown and The Z-Boys, de Stacy Peralta, já comentado aqui no Rock Loco, dá origem à um filme com atores como Heath Ledger e Johnny Knoxville, a estrear nos EUA em 5 de junho. Lords of Dogtown promete, já que a história é sensacional (e real). É como eu disse no post sobre o documentário: Califórnia, anos 70, hard rock clássico, skates, tédio, loucura. Que mais um adolescente (tardio) pode querer de um filme? Saiba mais no Omelete, clicando aqui.

sábado, maio 21, 2005

ROCK NOTES

Como o rock não pode parar o rockloco continua rolando as pedras.
- Sabe aquele trechos de musica que vem no seu celular, ou que estão disponiveis em varios sites pra você poder personalizar o toque do seu celular e que viraram mania entre os teens, os ringtones? Pois bem, preparem-se para o proximo passo desta historinha, os ringback tones.É o seguinte,até agora quando você liga pra alguem você houve aquele som de chamada padrão em todos os celulares, pois nos Estados Unidos 2 companhias( Verizon e outra que não lembro o nome) desenvolveram uma tecnologia na qual VOCÊ da um download de um trecho de uma musica que você quer que quem estiver te ligando escute.Parece bobagem ,não? Pois a Verizon e a outra lá explodiram em vendas de ringbacks, sendo Sexual Healing de Marvin Gaye a campeã de downloads até agora. Imagina quando isto chegar ao Brasil, de repente vc liga pra alguem desavisadamente e escuta a ultima do Bruno e Marrone.Na Bahia então vc corre o risco de receber(epa!) a nova do Psirico. E vc , qual o ringback que poria no seu celular?

-Os grandes fabricantes de aparelhos de video estão querendo reeditar a guerra do VCRs dos 80 quando o formato Beta perdeu a guerra contra o formato VHS e milhares de consumidores que tinham comprado Beta players ficaram com o mico na mão. Os protagonistas agora são os formatos Blu-Ray e HD-DVD, todos dois formatos com grandes vantagens e muito mais recursos que os DVDs normais.Teriamos todos que comprar novos aparelhos, certo? Errado, nesta guerra não vai haver vencedores. A Apple acaba de finalizar o novo programa de compressão/descompressão para videos, o novo M-PEG 4 que estará disponivel em larga escala neste segundo semestre de 2005.O programa permite que um download com necessidade de 20 gigas de espaço, caia para 2 gigas.O tempo necessario para baixar video cai absurdamente e uma nova resolução para a descompressão melhora a qualidade.A Microsoft já está disponibilizando em Windows Media 9 uma versão do Terminator 2, e espera poder fazer novos acordos com os estudios para ter novos titulos para comercializar via net. Assim como o i-tunes e similares estão salvando a industria fonografica, estas novas tecnologias vão evitar que sejamos vitimas dos grandes fabricantes de DVDs, no futuro cada vez mais proximo vamos poder baixar os videos rapidamente , com qualidade bastante razoavel, e ,esperamos, com um preço bem justo.

-A partir da proxima quarta-feira, todas as quartas do Rock Loco ficarão a cargo da galera do blog irmão Clash City Rockers. Salvador nunca mais será a mesma depois disto. Eu e Big vamos nós concentrar em colocar o programa na net, provavelmente com a ajuda do Marcelo Nova do rock triste, o venerando Messias G.B.

Te Mais.

terça-feira, maio 17, 2005

segunda-feira, maio 16, 2005

Indie rock n' roll is what I want, it's in my soul, it's what I need, indie rock n' roll it's time. It's indie rock n' roll for me. It's all I need.

Falei isso por aqui há algum tempo, mas vou repetir por causa do quero falar agora. Na edição estrangeira do Hot Fuss, primeiro disco do The Killers, banda americana que todo mundo já cansou de ver na MTV no clipe de Somebody told me, a faixa oito é uma puta balada emocionante muito legal chamada Indie rock n' roll. Na edição nacional, não se sabe por que cargas d'água, essa faixa foi substituída por uma outra chamada Change your mind.

Bom. Menciono isso por que, a propósito daquela discussão sobre indie rock que rolou no Clash City Rockers, eu gostaria de dar minha opinião aqui. Décadas atrasado, mas tudo bem. Em Indie rock n' roll (o título aí em cima é parte da letra), os The Killers fazem a sua profissão de fé. Pelo que eu entendi. Não busquei a letra para saber se era uma ironia, mas pelo que entendi e senti, pela emoção que a banda imprimiu na música e que o vocalista passou na sua interpretação, que eles têm sim, muito orgulho de fazer o tal do indie rock n' roll. É uma homenagem, mais do que merecida, na minha opinião. O que seriam os anos 80 e os 90 (principalmente) sem o indie rock? Não se enganem: Nirvana era indie rock. Via punk, mas era indie (aliás, existe indie rock que não seja via punk?).

E muito me agradou tal postura do The Killers, diferente da maioria das pessoas que malharam o pobre rapaz (o indie rock) no Clash City. Vejam bem, ainda que muitas das bandas que eu mais gosto se encaixem e representem muito bem o dito estilo, não me considero indie. Até por que acho que esse estilo ficou no passado, ficou restrito aos anos e às bandas que o criaram e o fizeram brilhar ali entre 1985 e 1997, época em que eu acho que se pode dizer que o indie rock ainda existia como estilo, ainda estava vivo. Em 1985 saiu o Psychocandy, do Jesus and Mary Chain, disco que considero o marco zero do estilo. E esse é um conceito meu, eu não li isso em lugar nenhum. Eu, na pior da hipóteses, estou chutando. Devo estar errado, mas por um raspão. E em 1997, sairam The fat of the land, o CD arrasa quarteirão do Prodigy, e aquele do Chemical Brothers que tem Block rockin' beats, que varreram os meninos de franja e all-star pra debaixo das lonas das raves. E ali o indie meio que se esgotou. Ah, teve também o OK Computer, como pude esquecer, que virou o estilo do avesso naquele mesmo ano.

Na boa, hoje em dia, eu acho que indie rock, assim como o heavy metal, são estilos já meio congelados no tempo. Você tem não sei quantas mil bandas de indie e metal ainda espalhadas por aí ao redor do mundo, mas nenhuma delas está mais abrindo caminhos, definindo o estilo, criando a sonoridade típica do estilo. Por que isso já foi feito, décadas atrás. Então essas são bandas de indie rock e de metal se limitam a seguir um estilo. São bandas que vestem a roupa e cortam (ou não) o cabelo de acordo com o estilo, mas que não podem mais cria-lo, por que isso já foi feito.

Então essa discussão acerca do rapaz (o tal do indie) é muito boa? Sim, claro, por que as discussões têm mais é que rolar mesmo, é super saudável. Mas talvez ela esteja um pouquinho atrasada. Para mim é quase a mesma coisa se eu resolvesse discutir aqui no Rock Loco os metaleiros (rá, rá, rá).

O Pulp acabou em 2003. O Suede também. O Blur se desvirtuou e lançou um último disco bem fraco. O Oasis virou uma piada. O brit pop é hoje apenas uma boa lembrança dos anos noventa.

Sim, tivemos rasgos de criatividade incríveis pós 97 de algumas bandas eminentemente indies do outro lado do Atlântico. Os Flaming Lips, o Mercury Rev, o Teenage Fanclub, pô, sei lá. Me ajudem aí. Ainda assim, o Luna anunciou o fim de suas atividades e o Guided by Voices também. O Pavement já era faz tempo.

Contudo, ninguém baixa um decreto e declara o fim de um estilo. As pessoas são livres para fazer o que bem entendem. Se eu quiser montar um grupo de lambada, eu posso muito bem faze-lo, correto? Dessa mesma forma, muitas e muitas bandas de indie rock ainda surgirão, a exemplo do metal. Eventualmente teremos revivals e quem sabe, até alguém que reinvente o estilo e o faça renascer por algum tempo, como já aconteceu diversas vezes com o estilo dos camisas pretas.

A brincando de deus ainda tá aí. Quem sabe?

Ah. Procurem essa faixa do The Killers por aí. É linda, emocionante.

A seguir: Dez razões (ou dez discos, não decidi ainda) para amar o indie rock.

quinta-feira, maio 12, 2005

Vision On- A Visão do Pós Punk

Os reflexos do periodo que se convencionou chamar de pós-punk estão aí com cada vez mais nitidez. Se o ano passado viu o Franz Ferdinand e o Interpol com suas referencias atualizadas de bandas icones do pós-punk como o Gang of Four e Joy Division dominarem o ano rock no quesito bandas novas, este não esta sendo diferente com o Bloc Party, The Bravery e o British Sea Power( Open Season é fantastico) atualizando as referencias das bandas já citadas mais The Cure, Talking Heads, Human League, Siouxie, Echo & The Bunnymen, Cabaret Voltaire, ect., evidenciando o quão importante foi o periodo para a cultura pop.
Recentemente um dos maiores criticos musical da Inglaterra, o ex-NME Simon Reynolds, por ocasião do lançamento do seu livro sobre o periodo " Rip it up and Start Again", escreveu um extenso artigo intitulado " Vision On" no Observer, onde defende a tese que o pós-punk, durante o periodo 1978-1984, foi tão ou mais importante e influente para o rock e a cultura pop em geral como o periodo compreendido entre 1963-1969, e mais, o pós-punk teria sido o momento aonde o punk teria realmente cumprido as promessas contidas( e não cumpridas) no inicio do punk.
Utilizando a trajetoria de artistas como Julian Cope( Teardrops Explodes), Martin Fry( ABC), Kevin Rowland ( Dexy´s Midnight Runners), Green Gartside ( Scritti Politt) como pano de fundo, Reynolds conta a estranha jornada que transformou punks de primeira hora( Cope, Fry e Rowland) e do membro ativista da juventude comunista ( Gartside) , em artistas com propostas musicais abertamente pop, mas mantendo ,e no caso do Scritti Politti até ampliando, a mensagem transgressora e subversiva contida no Big Bang do Punk.
Os estilhaços deste big bang geraram varias versões sobre "o verdadeiro espirito do punk"; a quantidade de sub-generos e estilos musicais que diziam ter o tal do espirito punk é imenso. Em restrospecto ve-se que o pós-punk reteve o principio punk que qualquer um podia ser um artista, traduzindo-o para uma nova filosofia pop que dizia que qualquer um podia ter um hit na paradas. E isto só foi possivel quando as bandas encarnaram a revolução musical prometida no punk, e rompendo as regras rigidas do punk, e se permitiram fazer musicas com mais de 3 minutos, com sutilezas melodicas, produção mais apurada em estudios, e a incorporação dos ritmos negros contemporaneos( funk, disco, reggae, ) e o potencial futuristico emergente da eletronica, gerando movimentos como o 2-Tone( Selector,Specials,Beat) e o tecno-pop( Human League, Thompson Twins)
Mesmo bandas punk da leva original como Siouxie and The Banshees e Slits só foram gravar seus primeiros discos em 78, quando o som das bandas já tinha rompido com o formato punk original. O disco de estreia dos Banshees, The Scream, numa só porrada rompe com seu restrito passado musical e estabelece as bases do goth-rock.
Para se ter uma ideia da quantidade de bandas do periodo e seus diferentes estilos ,alem de bandas mais identificadas com o pós-punk como o Gang of Four e o Joy Division, o genero pode tambem se aplicar bandas com som mais "doce" como Orange Juice e Aztec Camera, bandas de tecno-pop como Human League e Soft Cell, ao movimento 2-Tone, bandas com sonoridade mezzo-psicodelicas( Teardrops Explodes e Wah!) mais sombrios( Echo), beeeem sombrios e pesados(Killig Joke), o cerebralismo do Wire,o gotico do Bauhaus, a ironia e espirito musical vanguardista do PIL, a tecno- disco do ABC, o white-soul dos Dexy´s , o pop do ex-punk Adam Ant , o selo ZTT com Trevor Horn e o Art of Noise ect., ect.
O que todos eles tinham em comum, segundo Reynolds, era que todos buscavam algum tipo de visão do mundo atraves do pop. Não se tratava de se tornar famoso apenas pela fama em si,mas como componente de um plano maior, onde era possivel combinar ambição artistica com a logica comercial da engrenagem do show-biz. Uma especie de cavalo do Troia no pop. Os outsiders iam se infiltrar dentro da maquina e de dentro passar a dar as cartas no show-biz. Pura fantasia, é obvio, mas o fato é que durante o periodo uma banda como o Scritti Politti ( nome baseado nos escritos do economista marxista Antonio Gramsci) conseguiu emplacar hits com musicas que falavam do filosofo francês Jacques Derrida, alem de citar Ecrits, de Lacan, no hit "The Word Girl", tudo isto embalado numa doce canção pop!!!
Como saldo a era deixou uma herança incalculavel, pois toda a musica moderna atual teria sido gestada ou insinuada durante este periodo. È claro que a pretensão artistica soterrou a espontaneidade e o pionerismo existente nos primeiros trabalhos de bandas como o Wire e o Pil, e a logica capitalista prevaleceu em cima dos sonhos de bandas que fizeram muito sucesso e esqueceram seu objetivo inicial( Simple Minds) ou pura e simplesmente sumiram e perderam a relevancia artistica. O proprio Reynolds arremata, citando Adam Ant em Prince Charming," é melhor a pretenção que pensar pequeno, não se deve temer o ridiculo".

terça-feira, maio 10, 2005

Tell me why I have to be a powerslave

Menino, quem diria, o Rock Loco agora é multimídia, tem até fotos (cortesia da papisa Rockloquista mór, Sora Mágica)!!!

Semana passada pra cá eu apareci pouco por aqui por que o bicho tá pegando. Entra em emprego, sai de emprego, entra em crise profissional, pega frilance, sai da crise profissional e entra em crise pessoal, agiliza o frilance, recusa emprego aqui, procura outro ali, corre da chuva, se protege do sol, fica maluco, manda tudo se fuder, volta à sanidade, começa tudo de novo.

Minha vida é isso aí. Mas ninguém entra aqui pra saber da minha vida, até por que a vida de boa parte das pessoas que acessam esse blog deve ser bem semelhante ao carrossel descrito aí em cima. Ao rock, então.

HOMENAGEM AO LOCO CURTIS ? Deu no Omelete (lá ele): A rádio BBC6 vai dedicar toda a programação do dia 18 de maio para homenagear Ian Curtis, do Joy Division. Há 25 anos, nessa mesma data, o doidão cometeu sucídio. Para entrar na rádio e ouvir sua programação, clica no link aí em cima. Para quem tem Velox é uma boa deixar a rádio ligada o dia todo, pois coisas preciosas poderão pintar ao longo do percurso. Leia a notícia completa do Omelete aqui.

INDIE? QUE PORRA É ESSA? ? A propósito da discussão levantada no blog brother no Clash City Rockers, vou logo avisando: ainda não li todas as embasadas opiniões emitidas nos comments pelos seus leitores, mas posso adiantar que as mais recentes pesquisas encampadas pelo Centro de Estudos Inúteis da Universidade de Java, em Krakatoa, chegaram à seguinte conclusão: Indie é apenas e tão somente o apelido carinhoso de Indiana Jones, o famoso arqueólogo. Sua mãe, Dona Iowa Jones, doída por ter dado um nome tão ridículo ao filho, criou o apelido para não magoar tanto a criança que sofreu horrores por causa dele no colégio.

Ó: agora eu tô sem tempo. Volte amanhã para mais e melhores tolices.

quarta-feira, maio 04, 2005

A PROFECIA DE TCHOLA

Então é isso, A Primavera FM mudou, mas nós não: o ROCK LOCO continua vivo, ativo e arregassante como Beto Bahia, que após longa turnê pelos Países Baixos, retorna à sua terra natal e nos brindou com mais um belo texto de sua autoria nos comments do post Os cem mais importantes artistas do rock, logo abaixo. É clicar e se admirar com o palavreado sofisticado do nosso mais importante cantor popular.

BOLA NA ÁREA - Marcos Bola, guitarrista da Sangria, figura folclórica do rock local e grande brother do peito deste rockloquista participa do programa pela primeira vez (demorou!!!!) nesta sexta, seis de abril. O gordim vai inaugurar as noites de sexta no novo qg da Primavera FM no Vale das Pedrinhas, que esperemos, seja legal como era na Santa Cruz. Portanto, quem quiser tomar várias, ouvir uns rocks do bão e dar boas risadas comigo, Mário e Bola, sexta-feira é o dia.

ADEUS, GRAZZER - Luciano deu em primeira mão no El Cabong e a gente repercute. Nancyta, figura de importância indiscutível no rock baiano dissolveu os Grazzers, excelente banda que a acompanhava já há alguns anos. Este rockloquista deseja boa sorte à Nancyta em suas novas empreitadas.

FRANCIEL, O BLOGUEIRO DOS SEISCENTOS SATANÁS - Tava guardando esse texto de nosso repórter especial e correspondente no Nordeste de Amaralina Franciel Cruz para soltar aqui em algum momento, e finalmente ele chegou. Franciel finalmente cedeu aos apelos da modernidade e acaba de inaugurar seu blog, mais um brioso órgão (opa) da imprensa livre e nanica baiana destes dias tão estranhos (foi mal a citação à bicha veia e morta). Acesse sempre: http://www.puraingresia.blogspot.com/

Portanto, fiquem agora com a verve.

A lábia.

O veneno.

Os cachinhos Luís Caldas style.

Ele: Franciel Cruz. Convidado deste episódio: Tchola, o colega de faculdade.


A PROFECIA DE TCHOLA

Corria o glorioso ano da graça de 1992 e os cara-pintadas, afoitos e ansiosamente arrogantes, naquela agridoce ilusão de que mudariam o Brasil. Nas ruas, bares,praças, cinemas, filas de banco, o surrado e repugnante refrão: "Somos todos iguais". Ninguém tinha sossego. Era uma onda ufanista dos seiscentos satanás.

Tempos cruéis. Quase impossível encontrar alguém que não pactuasse com aquela encenação. Que eu me lembre, na Facom, na ordinária Cantina de Vovô, só Orlando Rasta desafiava o côro dos contentes. Conhecido na roda do crime como Tchola, era um discípulo de Emil Cioran. Minto. A bem da verdade, ele não era aluno da Facom, nem fazia a mais remota idéia de quem fosse o filósofo romeno. Porém, naqueles dias, ao contrário da massa ignara que gritava palavras de ordem contra Collor e pediam a liberação da Cannabis Sativa, Tchola se comportava como um verdadeiro apóstolo de Arthur Schopenhauer. Só pessimismo.

As inquietações de meu amigo tinham nada a ver com o momento político. Suas preocupações eram muito mais, digamos, transcendentais: maconha. Estava visivelmente abatido com a volta do fumacê ao noticiário. "Esta viagadem da porra, esse fuzuê sobre a massa não vai acabar bem", resmungava, entre um trago e outro. Eu tentava mudar de assunto para que ele não se revoltasse ainda mais, porém o único outro tema naqueles dias era...Argh.

E as apreensões de Orlando, o pensador pessimista, não eram vãs. Instantes depois da última baforada, chega uma saltitante mensageira do apocalipse. De forma abrupta, como costume de toda repórter de TV, a moça da Rede Record liga o microfone e na lata:"Você é a favor da liberação da maconha?".Compenetrado, sem mexer uma palha, Tchola fulmina. "Sou totalmente contra". Como já saíra da Redação com a matéria pronta na cabeça "vou à Facom pois lá encontro 'gente jovem e doida' a favor", a menina, desconcertada, vendo a reportagem virar fumaça, balbuciou: "Ma, ma, mas, por quê?". Foi a deixa para meu amigo profetizar. "Ora, ora, porque se liberar o consumo, ou mesmo se a polícia afrouxar o combate, todo bunda mole vai fumar e a qualidade do produto cairá bastante".

Maldita profecia. Hoje, seguindo a trajetória do pensamento do profeta Orlando Rasta, eis as perguntas inevitáveis: o que aconteceu nestes últimos 13 anos, senão uma tolerância social para com a maconha e a (in)consequente democratização do acesso à erva? E qual o saldo desta bandalheira?Uma pausa prolongada para um trago e vamos ao resultado de tal procedimento. Ao noticiário. Direto da Redação. Uol News com direito a link para que os desconfiados não me acusem de leviano
http://noticias.uol.com.br/uolnews/brasil/reportagens/2005/03/04/ult2616u41.jhtm"A maconha brasileira não é mais a mesma. A conclusão é de uma tese de mestrado defendida na Universidade de São Paulo no ano passado. A concentração do princípio ativo da maconha, o THC, é bastante baixa, explica o toxicologista Ovandir Alves, que orientou a tese na USP. Em cerca de 93% das amostras analisadas, esse teor estava abaixo de 1%, que é uma concentração considerada razoavelmente baixa. Para ser considerada legítima, a maconha deve conter pelo menos 1,5% de THC".

Maldita profecia.O velho Tchola bem que me avisou que aquela revolta estudantil de boutique e seus debates inúteis não iam acabar bem.Alguém aí ainda tem um bagulho de responsa, sem poeira?

Por Franciel Cruz, repórter especial para o Rock Loco.

segunda-feira, maio 02, 2005

Só com a praia bem deserta é que o sol pode nascer

OK, Aviso importante à todos os rockloquistas, colaboradores, ouvintes e leitores.

Sexta passada, durante o programa, capitão Adenílton Cerqueira, coordenador da Primavera FM, ligou para Mário Jorge e nos comunicou que, de segunda-feira em diante, ou seja, hoje, a rádio mudaria suas instalações e seria transmitida a partir da comunidade vizinha do Vale das Pedrinhas. Não sabemos ainda que conseqüências isso trará, mas é certo que (mais) esta mudança nos fará perder muitos ouvintes, que certamente sairão da limitada área de alcance da antena da Primavera FM, por esta ser uma rádio comunitária. Talvez nos faça ganhar outros também, vamos ver.

Razão da mudança: diz que a dona do apê onde a rádio está instalada quer dobrar o aluguel. Punk.

Sentimos a mudança, eu e Mário pelo menos, por que já estávamos acostumados à área e às pessoas da comunidade que circulam pela rádio. Já tínhamos vaga garantida no Smart para estacionar. Já tínhamos nos acostumado ao cheeseburguer com suco de laranja (1 litro por um real!) da Panificadora Lemos, onde eu também descia para comprar mais cerveja, quando a minha acabava. Ivan, Márcio, Tóim Zé, Meire, Egberto e outros também, toda a galera gente fina da Santa Cruz, aquele abraço.

Essa semana eu vejo como é que é lá no Vale das Pedrinhas e depois eu conto aqui. Brama, Sora, Yara, Luciano, galera que vai fazendo o programa ao l0ngo da semana, também pode ir postando suas impressões nos comments aqui embaixo.

domingo, maio 01, 2005

Mais Notas Aleatórias

Como diria e assinou algum marqueteiro dos 70 "Rock é Rock Mesmo" , convenhamos tambem que não é muito pior que o original "A Canção Continua A Mesma" para o filme do Zeppelin, então vamos ao rock e seus derivados;

-Da serie a volta dos que não foram, pegando firme a onda de reissureição em voga no rock, retornam este ano as atividades o Roxy Music, com Brian Eno ! a bordo. Estão gravando disco, o primeiro com originais desde de Avalon de 1983, e tocam no festival da Ilha de Wight em Junho. Tambem com retorno marcado os goticos-mor do Bauhaus. Na onda do revival dos 80 será que vai rolar revival gotico? Lembrem-se, no Brasil os goticos eram chamados pela midia de "Darks", acho que deve ser coisa do mesmo cara que traduziu o titulo do filme do Zep.

-Em compensação o Who não sabe quando lança o anunciado disco de ineditas.Pete Townsend empacou no studio, e todos os planos estão adiados.

- Courtney Love , a Nancy Spungen que deu certo, foi contrada para ser Linda Lovelace( morta recentemente) num fime sobre a famosa porno-star dos 70 que atingiu cult status com Deep Throat, que hoje não choca nem minha vó.

-Essa não deixa de ser bizzara, agencias de viagem americanas oferecem, a preços astronomicos, pacotes Vip para que fãs abonados de artistas como Paul McCartney, Bob Dylan, U2 e outros assistirem seus shows com acesso exclusivo a area reservadas tais como backstage, passagem de som, festinha prive pre-show, hospedagem no mesmo hotel do artista, acesso ao staff da tour, ect. Tambem rola um tour tematico a Jamaica pros fãs de Bob Marley, e um cruzeiro pras Bahamas com os reis do rock MOR americano dos 70: Styx, Journey e ReoSpeedwagon! Os preços variam de US$1700,00 a $4000,00. Alguns artistas se prestam ate a dar uma passadinha na festa prive dos fãs Vip. Menos Bob Dylan, o cara continua o rei do mal humor e não tem acordo, quem quiser que pague caro, mas não chega nem perto dele.

-O presidente Lula é pop. Alem das fotos dele com Naomi Campbell estarem na Vouge americana e outras varias revistas de moda internacionais, tem uma foto dele na ultima Mojo com Lenny Kravitz Na foto Lula finge tocar uma flying-v . Depois tem gente , principalmente aqui na Bahia, que não entende a importancia e o alcance dos fenomenos pop no mundo globalizado de hoje. E afirmo sem medo de errar, varios presidentes de nações mais ricas que a nossa matariam pra ter aquela foto na Mojo, é uma propaganda de valor imensuravel, gente jovem de todo o mundo vê, e acha sensacional, deixa o país com uma imagem melhor, divulga bem a imagem do país e abre portas para que aumente a curiosidade do mundo sobre nosso país, nossa cultura. Ponto pra Lula.

-Deixei um comment no Clash e reafirmo, para quem se interessa por rock e o pós-punk em particular e saca a lingua do imperio, é recomendadissimo o artigo de Simon Reynolds no Guardian.Peguei o link no Trabalho Sujo do Alexandre Matias, entra lá e pega. Como diria Chicão, ele capta o "Zeitgeist" do pós-punk. Bandas como PIl, Wire, ABC, Human League, Scritti Polliti, Orange Juice , tão diversas entre si, mas motivadas por um unico espirito de experimentação e rompimento de barreiras dentro do rock( punk na epoca) alem da politização e subversão do pop, no que Reynolds considera o grande momento do rock, depois do periodo63-69. Prometo um post sobre o assunto em breve.