sexta-feira, agosto 14, 2009

A GÊNESE DA SPACE OPERA

A clássica trilogia Fundação, de Isaac Asimov, ganha edição caprichada revista pelo autor e com novas traduções e caixa especial

Há controvérsias, mas na literatura de ficção científica do século XX pelo menos um quarteto fantástico sobressai acima de todos os outros: Ray Bradbury (Crônicas marcianas), Arthur C. Clarke (2001: Uma odisseia no espaço), Robert A. Heinlein (Estranho numa terra estranha) e Isaac Asimov. Este último, o romancista dos robôs por excelência, acaba de ter uma de suas obras mais representativas lançada no Brasil: Fundação.

Concebida ao longo de uma década (entre 1942 e 1953), Fundação é uma complexa trilogia que cristalizou o estilo que se convencionou chamar de space opera: grandes épicos ambientados em cenários grandiosos – majoritariamente no espaço e em planetas diversos, envolvendo muitos personagens e com desenvolvimento narrativo perpassando séculos, milênios.

São três volumes que devem ser lidos na seguinte ordem: Fundação, Fundação e império e Segunda Fundação.

No primeiro, o leitor conhece o personagem central da trama, o cientista Hari Seldon, criador de uma nova ciência: a psico-história, uma espécie de sociologia absoluta, que transforma o estudo do comportamento das massas em equações matemáticas.

Seldon, através da psico-história, prevê que o império galáctico, erigido na Via Láctea pelos terráqueos após milênios, está em processo de decadência e entrará em colapso total dentro de 300 anos, aniquilando toda a civilização e a história da humanidade.

Para evitar isso, ele cria um plano denominado Fundação para, dentro de um milênio, não só evitar a derrocada da civilização, como também alavancar uma nova era dourada de prosperidade e conhecimento.

Asimov baseou seu ultra-épico espacial na história dos grandes impérios da história, especialmente no monumental livro A História do Declínio e Queda do Império Romano (1778), do historiador inglês Edward Gibbon (1737-1794).

Temperou ainda com referências a diversas doutrinas políticas, como o Nazismo e o Destino Manifesto americano (a crença de que o expansionismo ianque é divino, já que os americanos seriam o povo escolhido por Deus).

Alta literatura – Asimov, que era judeu russo naturalizado americano e odiava os nazistas, usava seus elaborados delírios espaciais como metáforas para desancar os nacional-socialistas alemães e outras aberrações com grande arte.

Ao lado de obras como as já citadas de Bradbury, Heinlein, Clarke e alguns outros, a Fundação foi um dos livros responsáveis por angariar credibilidade e respeito para a ficção científica nos meios literários.

O maior mérito de Asimov é conseguir conjugar toda essa grandiosidade literária com uma narrativa fluida, cativante o bastante para que o leitor siga adiante nas mais de 700 páginas dos três livros reunidos.

Esta fluidez se deve em grande parte ao fato de Asimov nunca ter subestimado o poder da chamada baixa literatura: os pulps policiais e de faroeste, sempre recheados de ação e intrigas, tiveram enorme influência na sua obra, tornando a leitura de catataus como Fundação uma experiência prazerosa e muito divertida.

Outro aspecto interessante é que esta edição da Aleph é a revista por Asimov na década de 80, na qual ele uniformizou os universo no qual toda a sua obra se passa. Fundação, portanto, se passa no mesmo universo ficcional de outras obras clássicas de sua lavra, como Eu, robô e Sonhos de robô.

Fundação
Isaac Asimov
Aleph
240 p. | R$ 39

Fundação e império
Isaac Asimov
Aleph
248 p. | R$ 39

Segunda Fundação
Isaac Asimov
Aleph
240 p. | R$ 39 (Box: R$ 117)
www.editoraaleph.com.br

11 comentários:

Franchico disse...

Rockers baianos concorrem em diversas categorias no VM 09. Segue a lista enviada pela assessora dos Retros, Lívia:

Estão concorrendo ...Pitty (CD promo), Retrofoguetes (instrumental), Vivendo do Ócio (Aposta do Ano), Duda ( batera)...dos que eu vi até agora!!!

Vota lá galera!!!!
http://vmb.mtv.uol.com.br/

Em outro front, Martin Mendonça, guitarrista de Pitty, concorre em Melhor Instrumentista no Prêmio Multishow de Música Brasileira. Para votar, acesse:

http://multishow.globo.com/Premio-Multishow/Vote-no-Premio/

É melhor alguém votar no cara - que, de fato, é um ótimo músico, muito competente - senão, periga um daqueles fedelhos chorões do NXZ Zero ganhar. Outro dia, foi Júnior Lima quem ganhou, já que é competição por voto popular.... Ou seja: quem tem mais macaca de auditório, ganha.

Franchico disse...

Oh, yes 2:

Bryan Singer confirmado na direção de Battlestar Galactica - O Filme

Universal confirma cineasta como diretor e Glen Larson na produção

http://www.omelete.com.br/cine/100021484/Bryan_Singer_confirmado_na_direcao_de_Battlestar_Galactica___O_Filme.aspx

glauberovsky disse...

chicão,
o disco novo de pitty, "chiaroescuro" [nome muito bom] me surpreendeu.

não gostei muito da música do videoclipe, "me adora", mas "8 ou 80", "desconstruindo amélia", "trapézio" e "água contida" são bem legais, lembra até algumas coisas do cascadura e nancy viegas [não acho que seja por acaso].

as letras melhoraram significativamente.

o disco parece menos pasteurizado que os anteriores, o que é muito bom. nota-se um progresso na composição.

de um jeito mais moderno, é um disco de hard rock, com uns toques de indie rock e pop tipo fall out boy em alguns refrões.

a banda [joe, martin e duda] tá muito bem. torço muito por esses três...

ironicamente, "me adora", a primeira música de trabalho é a mais fraca. deveria ser "8 ou 80".

GLAUBER

glauberovsky disse...

errata:

o nome do disco é "chiaroscuro", sem o "e". esse nome parece até coisa de nancyta ou minha mesmo...

GLAUBER

Anônimo disse...

sinceramente. vcs ficam censurando comentarios discordante mas liberam estas idiotices de glauber q tudo ta bom tudo é lindo e só vive babando o ovo da patotinha dele

Franchico disse...

OK, lá vamos nós mais uma vez. Prestem atenção por que essa é a última vez que vou me repetir aqui.

Eu NÃO censuro comentários discordantes.

Eu censuro comentário ofensivos. (Deixei passar este seu agora para explicar isso aqui agora).

Qualquer pessoa é livre para discordar do que quiser aqui. Só que pessoas frustradas e não muito inteligentes veem nisso uma licença para transformar este espaço em muro de pichação, onde é permitido sacanear, caluniar e falar mal de A, B, C até Z.

Se vc discorda de alguma coisa, seja civilizado e escreva o que vc pensa. Reúna seus argumentos (caso os tenha), teorias, achismos, a porra que for - e o mais importante: sua assinatura.

E mande pra cá, que não tem problema: COM CERTEZA SERÁ PUBLICADO.

Se Glauber quiser babar o ovo de Ivete Sangalo aqui, ele vai babar sim, por que ele tem o direito.

E se vc quiser discordar do que ele diz, discorde. Mas venha com argumento e identidade, por que o caso contrário não é mais aceito aqui.

Ficou claro ou vc quer que eu desenhe?

Agora, é sempre muito mais fácil se fazer de desentendido, "burrinho" e ficar reclamando daí do conforto do seu anonimato, né? Pra que se indispor com as pessoas que vc gosta de dar tapinha nas costas quando encontra na night, né?

É por vivermos nesse tipo de mentalidade, entre outros comportamentos lamentáveis, que fomos, somos e sempre seremos um povinho de merda.

glauberovsky disse...

anônimo,
pitty não é de minha patota, se é que eu tenho alguma. sou o heremita dos barris...não sou fã do som dela, mas acho que houve sim, um aprimoramento em seu trabalho. pra falar a verdade, do brasil hoje, tenho ouvido "pélico", "rômulo fróes", mas todo mundo sabe que eu ouço mais coisas do final dos 60s...floyd, mutantes e uma pá de bandas sensacionais, que você provavelmente, nunca ouviu falar. abración!

GLAUBER

glauberovsky disse...

concordo com chicão em gênero, número e grau. ah, seria impossível me ver elogiando um disco de ivete sangalo ou cpm 22, por exemplo...e elogiar alguém, seja famoso ou não, não é babar ovo. meus heróis, em sua grande maioria, estão mortos. não pra mim, claro.

GLAUBER

osvaldo disse...

Do mestre ( de verdade) Andre Setaro fulminando o "cenario" cultural baiano no Terra Magazine:

"A miséria cultural baiana"

http://oliveiradimas.blogspot.com/2009/08/miseria-cultural-baiana.html

Nei Bahia disse...

Chicão tem todo o direito de censurar quem ele quiser, "a bola" e o "campo" são dele. Quem não gostar vai fazer seu blog!!!!


oBS:Heremita dos Barris?
Seu Glauber, vamos trabalhar e deixar de frescura porra!
Chega de talento hibernando, pois os medíocres estão a solta.

glauberovsky disse...

nei,
quem disse que eu tô hibernando?? se ligue...vem mais coisa por aí. abración!

GLAUBER