quarta-feira, agosto 17, 2011

EXPOSIÇÃO DE ARTES VISUAIS E SHOW DOS PANTERAS CELEBRAM MEMÓRIA DE RAUL – E O FUTURO

Raulseixistas de primeira hora, fãs e apreciadores da arte perdida de incomodar tem não apenas um, mas dois encontros marcados para esta semana. O primeiro é a abertura da exposição 11 + 22 + 44 em homenagem a Raulzito & Os Panteras, na quarta-feira. E o segundo é o show Quarenta e Quatro, dos próprios Panteras, no Teatro Vila Velha, quinta.

A profusão de números nos títulos da mostra e do show se explica: 44 anos do primeiro LP de Raul Seixas (com Os Panteras), 22 anos da morte do cantor e 11 artistas plásticos na homenagem.

“A ideia (da exposição) é despertar nas pessoas a ideia de que o que Raul dizia era algo além, algo que nunca se perdeu”, explica o organizador Leonel Mattos (na foto de divulgação, ao lado dos artistas Miguel Cordeiro e Almandrade).

“Raul dizia que tinha nascido há dez mil anos, mas, na verdade, ele era o cara do futuro, aquele que ainda vai nascer”, arrisca Leonel, cujo ateliê no Rio Vermelho abriga a mostra.

A exposição, bastante diversa, traz os artistas Celso Cunha, Gustavo Moreno, Miguel Cordeiro, Jayme Figura, Vauluizo Bezerra, Ricardo Franco, Bel Borba, Almandrade, Ramiro Bernabó, Leonel Mattos e Carlínio, cada qual com sua visão do homem (ou da obra de Raul).

Entre os destaques, pode-se apontar a perfeita Mosca na Sopa de Celso Cunha, o painel street art de Miguel Cordeiro, o Raul quase naïf de Jayme Figura e o terno figurativismo de Ricardo Franco – mas a mostra como um todo merece aplausos.

"Meu trabalho são quatro quadros, que juntos, formam um painel", descreve Miguel Cordeiro. "Nele estão retratados Raul, Os Panteras e a coisa da filosofia, o questionamento da evolução humana que ele fazia: 'por que não tem macaco virando homem hoje em dia?'", acrescenta.

Miguel reitera que "a memória de Raul tem de ser celebrada constantemente. Nossa memória cultural é muito curta, é deletada a cada minuto. Acho que, apesar de Raul ser baiano, a celebração em torno de sua obra é muito esparsa", crê.

Jayme Figura descreve sua obra em homenagem à Raul como "o mago Raul, o Merlin e sua bola de cristal, a visão dos seus olhos para todos os lados e para o futuro, com tridentes (em cima e embaixo) representando o rock 'n' roll que foi banido de Salvador. E sobre sua cabeça, temos corações, representando as paixões".

11 + 22 + 44 / Exposição em homenagem A Raulzito & Os Panteras / Desta quarta-feira (19h) até 31 de Agosto / Ateliê de Leonel Mattos (Rua Guedes Cabral, 155, Rio Vermelho - ao lado do bar Casa da Mãe)


XLIV: O show d’Os Panteras

Na vernissage, Os Panteras (em foto de Yvan Freitas Cunha) fazem pocket show – e aproveitam para esquentar os motores para o show completo que fazem no dia seguinte, no Teatro Vila Velha.

“Vamos tocar as músicas do LP (Raulzito & Os Panteras), e mais algumas canções novas”, conta o baterista Carleba. “E também músicas dos Beatles, Little Richard, Elvis, algumas coisas da época”, diz.

Carleba, Eládio (voz e guitarra) e Mariano (baixo), tocam acompanhados por duas feras da cena atual: Eric Assmar (guitarra) e Tadeu Mascarenhas (teclados).

O último também pilota a produção do novo álbum do trio. “As bases já estão gravadas, só faltam os vocais e alguns solos", adianta Eládio.

Entre as músicas novas, está uma composição de Eládio, XLIV, ou seja, 44 em números romanos: "É por que conta uma história muito antiga, do tempo em que se ensinava isso (números romanos) na escola", ri. "Somos pré-históricos!", acrescenta Mariano, às gargalhadas.

Fora de brincadeira, Os Panteras estão de volta à ativa já há algum tempo, mas quase sempre fora de Salvador.

"Nossos eventos quase não rolam por aqui. Tocamos em São Paulo, Belo Horizonte, Rio. Aí quando rolou esse convite do Teatro Vila Velha, aceitamos na hora", conta Eládio.

"Até por que tinha aquela velha história do Cine Roma, que era do rock, versus o TVV, que era território do pessoal da bossa nova", lembra Carleba.

"Rolava aquele preconceito do pessoal contra a guitarra, mas aí, quando Caetano e Gil vieram com a Tropicália e inseriram a guitarra na MPB, acabou-se tudo. Isso mostrou que a música não pode ter barreira", reflete Eládio.

O disco novo, por enquanto, está sendo bancado pelos próprios Panteras, com produção de Tadeu. "Esperamos que qualquer coisa possa acontecer. Inclusive nada”, conclui Eládio, o mais falante do trio.

Os Panteras - Show Quarenta e Quatro / Quinta-feira, 18/08, às 20 horas / Teatro Vila Velha – Av. Sete de Setembro, s/n, Passeio Público / Informações: 71 3083-4600 /R$ 20,00

CATÁLOGO DA EXPOSIÇÃO 11 + 22 + 44 VIA ISSUU:

15 comentários:

Rodrigo Sputter disse...

Grande Miguelito da Bahia!!
Vou ver se dou um saque nessa exposição...o show é bacana...mas tou sem grana...a rima não foi proposital..

Cultura Pop disse...

muito bom o blog..

depois passa lá http://novidadesmundopop.blogspot.com/

Franchico disse...

Quem sabe o mal que se esconde no coração dos homens?...

http://www.universohq.com/quadrinhos/2011/n18082011_06.cfm

Franchico disse...

Um raro documentário sobre os Smiths, de 17 minutos, produzido em 1992, ressurgiu na net. Dá p/ assistir inteirinho aqui:

http://www.spin.com/articles/rare-1992-smiths-documentary-surfaces

Franchico disse...

Isso não pode ser bom....

http://www.omelete.com.br/blade-runner/cinema/blade-runner-ridley-scott-dirigira-o-novo-filme/

Franchico disse...

Boa entrevista com um biógrafo do Queen...

http://revistacult.uol.com.br/home/2011/08/a-invencao-da-rainha/

Franchico disse...

E uma outra, muito interessante, com o sempre polêmico Tinhorão...

http://revistacult.uol.com.br/home/2011/07/joao-gilberto-e-um-bom-malandro/

Nei Bahia disse...

Essa é pra quem está com o inglês em dia com todas as mensalidades pagas:

http://musicinpdf.blogspot.com/

Franchico disse...

Em Madri, o Papa Bento XVI rogou aos líderes mundiais que o centro da economia seja sempre "o homem".

Ora, meu caro Bené, não seja ingênuo! O centro da economia sempre foi "o homi", sempre foi "the man"!

E nunca "os homens", a humanidade. O centro da economia sempre foi no singular. E na primeira pessoa!

Franchico disse...

Assim até eu crio uma marca de alta costura e ganho milhões.

http://ne10.uol.com.br/canal/cotidiano/nacional/noticia/2011/08/18/alem-da-zara-outras-seis-grifes-serao-investigadas-por-trabalho-escravo-291383.php

E neguinho idiota andando pelos corredores dos shoppings cheios de sacolas dessas lojas nojentas, orgulhosos de seu "poder de compra"...

Franchico disse...

Agora sim, parece que teremos um filme do Motoqueiro Fantasma à altura de sua fodasticabilidade (meu deus, de onde saiu isso?)!

http://www.omelete.com.br/videos/motoqueiro-fantasma-2-trailer-1/

O cara mija fogo, putaquepariu! E o cenário europeu tb deu outro astral, casou legal com o personagem! Estreia logo, caceta!

Franchico disse...

Mesmo Delivery, a espetacularmente violenta HQ de Rafael Grampá, vai virar filme!

http://www.omelete.com.br/cinema/mesmo-delivery-mauro-lima-vai-dirigir-adaptacao-da-hq-de-rafael-grampa/

Cool!

Franchico disse...

E vem aí mais um filme de Resident Evil! Uhú!

http://www.omelete.com.br/resident-evil/cinema/resident-evil-retribution-sai-jill-valentine-e-entra-ada-wong-no-quinto-filme/

Can't get enough of Milla Jovovich! And who ever could?

Nei Bahia disse...

Chicão, vale dar uma olhada no NME mais nova, daquele link que coloquei mais cedo. Nos incêndios da revolta londrina , queimaram um deposito que continha uma boa parte da produção dos selos independentes da Inglaterra.
Alguns selos podem não sobreviver ao desastre.

osvaldo disse...

nei, vc prestou um serviço inestimavel a (com o perdao da ma palavra) comunidade rockloquista. o music in pdf quebra um galhão. não vou parar de comprar a mojo ou a uncut alternadamente, no entanto.aquele ritual de achar na livraria, o que antes era a banca de revista, ainda tem alguma magia pra mim.