sexta-feira, junho 13, 2014

BAIÃO ERUDITO NO TCA

De casa nova (temporária) e em outra Secretaria, o projeto NEOJIBA faz concerto junino domingo, com homenagem ao Rei  Luiz Gonzaga

Ensaio Neojiba em 10.06.2014 - Foto Maurício Serrra
Símbolo do Brasil em sua face mais popular e legítima, o Rei do Baião  Luiz Gonzaga (1912-1989) é o grande homenageado do Domingo no TCA deste mês, com duas orquestras do projeto NEOJIBA executando seus clássicos, pelo preço de nenhuma: R$ 1 e R$ 0,50, meia.

“Faremos Asa Branca e um pout pourri chamado Gonzagueando, tudo executado por duas orquestras no palco: a Juvenil da Bahia e a Castro Alves”, detalha o maestro Ricardo Castro, criador do projeto e seu diretor desde início, em 2007.

“O  restante do repertório é de inspiração nacional e latino-americana – com exceção da Dança Húngara, de Johannes Brahms (1833-1897)”, acrescenta o músico.

Desta forma, completam o repertório do concerto as peças Danzón nº 2, do mexicano Arturo Márquez (1950) e Malambo, do argentino Alberto Ginastera (1916-1983).

El Sistema

Hoje com sete orquestras juvenis, o NEOJIBA (sigla para Núcleos Estaduais de Orquestras Juvenis e Infantis da Bahia) baseia sua metodologia de ensino no aclamado El Sistema, programa venezuelano criado em 1975, pelo economista e músico José Antonio Abreu.

“Como nos inspiramos no El Sistema, uma característica dele é o tratamento orquestral do repertório nacional popular. Por isso incluímos no nosso repertório o Danzón do Arturo Márquez, que traz em si toda a tradição das danças cubanas e mexicanas, transcritas para orquestra”, explica Ricardo.

“Inspirados nisso, provocamos nossos músicos a transcreverem, em arranjos eruditos, clássicos populares brasileiros. Então já temos transcritos, com sucesso, Aquarela do Brasil (de Ary Barroso), Tico-tico no Fubá (Zequinha de Abreu) e, finalmente, Asa Branca e Gonzagueando”, detalha o maestro.

O que é realmente impressionante é que, no caso das composições de Gonzagão, as orquestras executam essas peças sem partitura.

“Esta é uma ação pioneira  da arte orquestral, na qual atuamos sem os limitantes de precisar estar sempre vinculados à partitura”, afirma.

“Nossos meninos tocam Asa Branca de ouvido,  desenvolvendo a capacidade de improvisação e estabelecendo um vínculo direto entre músico e música, sem passar pela partitura”,  acrescenta Ricardo.

O concerto será dividido em duas partes, com a primeira a cargo da Orquestra Juvenil da Bahia. “A Orquestra Castro Alves entra na segunda parte do concerto”, conta Ricardo.

“É uma orquestra recém-formada, após a admissão de novo integrantes,  agora em maio. Ela exemplifica os resultado dos núcleos de prática orquestral implantados na Região Metropolitana e fora de Salvador”, diz.

"É uma satisfação enorme (dirigir o projeto), uma jornada muito intensa, de muitos desafios e batalhas, mas que vale muito a pena, por que estamos tratando do futuro de nossa comunidade, de nossa sociedade. A educação e interação são as chaves para um crescimento harmonioso para nossa sociedade, e a música tem se demonstrado como um meio mais rápido, eficaz e bonito de atingir resultados significativos nessas áreas", reflete.

Da Secult para a Sedes

Ricardo Castro (esq.) e o jovem maestro Yuri Azevedo. Foto: Tatiana Golsman
Renovado, o NEOJIBA respira novos ares em dois níveis: físico e administrativo.

Saiu do Teatro Castro Alves para uma casa (temporária) no bairro do Barbalho.

E foi transferida da Secretaria Estadual de Cultura (SecultBA), para a Secretaria de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza (SEDES).

“A evolução do NEOJIBA ultrapassa todas as expectativas, graças ao apoio incondicional do governo do estado na implantação deste projeto como política pública. Hoje temos mais segurança dentro da SEDES, que nos dá mais capilaridade e potencial de expansão”, afirma Ricardo Castro.

Ele conta que essa migração estava prevista desde o início – até por que o NEOJIBA segue a risca o El Sistema: “Na Venezuela eles também fizeram essa migração lá atrás, da Cultura para o Desenvolvimento Social, uma secretaria  mais adequada a nossa ação cultural”, explica.

“Foram muito importantes esses anos no SecultBA  por que as orquestras se inseriram numa dinâmica de excelência e visibilidade. Foi uma casa acolhedora ao NEOJIBA”, reconhece.

 "A finalidade das orquestras do Neojiba não é o concerto em si, mas sim o caminho que ele leva. Enquanto que, em uma orquestra normal, vinculada a área de cultura, a finalidade é a apresentação pública, a nossa meta é levar o público, a plateia, ao palco, a participar, pela linguagem musical, do processo de crescimento e desenvolvimento humano. Sem distinção de idade, ideologia, classe social, situação humana. É uma ação que abrange a todos, e por isso, pode ser considerada uma das políticas públicas mais importantes da Bahia", afirma Ricardo.

Agora é hora de alçar novos voos, pelo jeito. Mas antes uma questão séria precisa ser resolvida: “Ainda não temos sede definitiva. Nosso maior desafio hoje é conseguir isso”, diz.

“Esta é uma pendência importante que, esperamos resolver em breve. Não temos mais salas de ensaio do tamanho de nossas orquestras, nem salas de estudo em quantidade suficiente para  todos os inscritos”, diz.

Domingo no TCA – Orquestra Juvenil da Bahia e Orquestra Castro Alves / Domingo, 11 horas / Sala Principal do Teatro Castro Alves / R$ 1 e R$ 0,50 / Vendas: no dia, a partir das 9 horas


4 comentários:

Franchico disse...

Os altíssimos novos impostos do Monsieur Hollande podem dar um fim a uma das indústrias de HQ mais importantes do mundo, berço de alguns mais mais geniais quadrinistas de todos os tempos.

http://www.bleedingcool.com/2014/06/13/french-comic-creators-bemoan-reduced-income-new-taxes-and-threaten-to-strike-or-leave-comics-forever/

Que vergonha, Monsieur Hollande!

Merde!

Franchico disse...

Só para deixar claro, não concordo, não endosso e não acho bonito xingar e agredir uma senhora que já é avó e foi torturada pelos milicos (sem entregar ninguém).

Uma senhora, que por acaso, é uma presidente de república e foi eleita DEMOCRATICAMENTE.

Quem não estiver satisfeito, que vote contra na próxima eleição.

Esse tipo de papelão em público e ao vivo para o resto do mundo só reitera o quanto somos rasteiros, terceiro mundistas, mal educados, mimados e patéticos.

Diga-se de passagem, muita gente está afirmando que os xingamentos partiram justamente da ALA VIP do estádio.

Que pagou caro para estar ali, goza de todas as benesses de um país que sempre foi injusto para as classes menos favorecidas, mas ainda assim, age como um bando de PUTINHAS de 15 anos quando se deparam com a presidente em público.

Por que será, hein?

Me poupem.

Ernesto Ribeiro disse...

Huh... Tem razão, Francis. Tem toda razão.

Dseta vez, o público se excedeu.

Até o cargo da Presidência foi desrespeitado como instituição.

Por favor, delete esses 2 comentários acima anteriores ao seu, com os links dos 3 vídeos.

Tal insulto á nossa presidenta deve ser expurgado daqui.

Obrigado.

Ernesto Ribeiro disse...

Hã, Francis,

Por favor, por favorzinho, só pra não esquecer...

DELETE esses 2 comentários acima anteriores ao seu, com os links dos 3 vídeos.