quinta-feira, setembro 25, 2014

NOIR EM PRETO, BRANCO & CGI

Estreia: Sin City: A Dama Fatal traz de volta o noir em preto, branco e CGI de Frank Miller e Robert Rodriguez

A deusa Eva Green rouba a cena como Ava, uma femme pra lá de fatale...
Nove anos depois de sua estreia nos cinemas, Sin City - A Cidade do Pecado (2005), finalmente ganha sua inevitável sequência: Sin City: A Dama Fatal (Sin City: A Dame To Kill For).

Assim como sua predecessora, a película tem direção da dupla formada pelo quadrinista Frank Miller (The Spirit, 2008) e pelo cineasta Robert Rodriguez (Planeta Terror, 2007).

Miller se tornou diretor de cinema justamente pelas mãos de Rodriguez, quando este o convenceu de que uma adaptação cinematográfica de sua série de HQs Sin City (publicada no Brasil pela Devir) era viável tanto estética, quanto financeiramente.

O resultado foi o filme de 2005, aclamado pela ala mais pop da crítica, enquanto o setor mais cinéfilo sapateou com raiva sobre sua apropriação da estética noir, estilizada por Miller às raias do exagero graças aos cenários em CGI.

Rosario Dawson é a líder das prostitutas sadomasô e exímias lutadoras
(Especialmente divertido foi ver Arnaldo Jabor espumando de raiva no Jornal da Globo).

Dama fatal e peladona

Em A Dama Fatal, Miller & Rodriguez se limitam a ampliar a mitologia de Sin City, contando novas histórias com novos personagens e mantendo alguns do primeiro filme.

O elenco mantém a tradição e é estelar, aliando nomes “da hora” como Joseph Gordon-Levitt, Josh Brolin, Eva Green (a Dama Fatal do título, que passa mais da metade do seu tempo de tela peladona) e Jessica Alba com veteranos de responsa, como Mickey Rourke, Powers Boothe (brilhante como o maléfico Senador Roark) e Bruce Willis.

Tudo se passa na fictícia Basin City, uma mistura de Los Angeles (pelos coqueiros e colinas) com Brasília (pela corrupção generalizada), onde as prostitutas usam trajes sadomasô 24 horas por dia e são exímias lutadoras com espadas samurai.

Há três ou quatro histórias que se desenrolam de forma errática, como a do jogador Johnny (Joseph Gordon-Levitt), que chega a cidade decidido a limpar o Senador Roark no pôquer e, claro, arranja uma baita encrenca.

Vemos o começo do périplo de Johnny no início do filme, mas seu desenlace só se dará na parte final.

Jessica Alba é Nancy, uma stripper traumatizada pelos eventos de Sin City
O “miolo” de Sin City: A Dama Fatal é dominado pela sensual Eva Green como a Ava, uma epítome de mulher fatal e manipuladora, que faz gato e sapato do pobre Dwight (interpretado aqui por Josh Brolin. No primeiro filme, foi por Clive Owen).

A despeito de seus 90 e tantos minutos regulamentares passarem sem sacrifício para o espectador interessado, alguns pontos enfraquecem Sin City: A Dama Fatal.

Curiosamente, todos os seus protagonistas tem o costume de gravar narrações em off e mais: todos eles soam como um clichê de detetive noir – amargos, desiludidos, sempre tecendo observações sobre como “esta cidade é como uma prostituta ruim” etc e tal.

Talvez seja intencional, já que o filme (e as HQs) não passam de pastiches do noir original dos anos 1940.

Jessica Alba, como a stripper Nancy, faz boa figura, mas acrescenta pouco com seu drama muito ligado ao primeiro filme, do qual poucos se lembram, nove anos depois.

Mickey Rourke retorna como Marv, um brutamontes superfã de trocar soco
Já Mickey Rourke segue como o personagem mais legal da franquia: Marv, o grandalhão guarda-costas de Nancy, sempre pronto para um bom quebra-pau.

Nove anos e inúmeras outras adaptações de HQ para as telas depois, a continuação de Sin City perdeu o fascínio da novidade, apesar do apuro técnico e meia dúzia de atuações carismáticas.

Uma hora e meia de escapismo e pronto.

Sin City: A Dama Fatal (Sin City: A Dame To Kill For) / Dir.:  Frank Miller e Robert Rodriguez / Com  Joseph Gordon-Levitt, Josh Brolin, Eva Green, Jessica Alba, Mickey Rourke, Rosario Dawson, Powers Boothe, Bruce Willis / Em cartaz: Cinemark, UCI Orient Iguatemi, UCI Orient Barra, UCI Orient Paralela, Cinépolis Bela Vista, Itaú Glauber Rocha, Cinépolis Salvador Norte


2 comentários:

Anônimo disse...

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Como todos sabem, a única coisa imperfeita em Sin City é a vagabunda magricela inexpressiva Jessica Alba no importante papel da prostituta voluptuosa (no pape) Nancy.


O resto é obra-prima.


(Ernesto Ribeiro, sem internet em casa, porque a OI é a coisa mais vagabunda nesse país de putas)

Anônimo disse...

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Ao receber meu salário, só me resta parafrasear o Marv de Sin City:

"Este país faz de todos nós umas putas baratas!"

Ernesto Ribeiro, puto.