quinta-feira, julho 30, 2015

(NÃO) NOS ESQUECEMOS DELES

Filme: Clássico dos anos 1980, O Clube dos Cinco ganha exibição inédita em cinema no Brasil, via rede Cinemark. Produtor está no Brasil para comemorar os trinta anos

Que porra vamos fazer até as cinco da tarde presos aqui?
Um dos filmes mais cultuados das últimas décadas comemora três décadas.

Entre as muitas homenagens e tributos ao redor do mundo, O Clube dos Cinco ganha exibição em cinema (inédita) no Cinemark.

Hoje, em São Paulo, a exibição da cópia remasterizada será seguida de bate-papo com Andrew Meyer, produtor executivo do filme,  que veio ao Brasil participar do 4º Acting & Film Festival, uma iniciativa do Latin American Film Institute.

Um clássico contemporâneo e ícone da década de 1980, O Clube dos Cinco  (The Breakfast Club, 1985) não é, certamente, o filme mais famoso do diretor John Hughes (1950-2009). Este é o igualmente clássico Curtindo a Vida Adoidado (Ferris Bueller's Day Off, 1986).

Diferente do Curtindo..., O Clube dos Cinco não tem toda aquela produção, com direito a uma Ferrari  atirada pela vidraça da Ben Rose House, hoje patrimônio arquitetônico tombado da cidade de Chicago.

O Clube... é praticamente uma peça de teatro filmada, com elenco reduzido e um cenário que se limita a biblioteca de uma escola suburbana de Chicago, com direito a alguns passeios e correrias por algumas de suas dependências.

Presos na biblioteca

O elenco com John Hughes, de óculos
No filme, acompanhamos cinco jovens completamente diferentes entre si e que mal se conhecem, que são obrigados a passar um sábado inteiro “de castigo” na biblioteca por conta de suas indisciplinas, as quais o espectador vai descobrindo ao longo do filme.

Cada jovem corresponde a um estereótipo típico de qualquer escola no mundo.

Há Claire, a patricinha cheia de não-me-toques (a ruivinha Molly Ringwald, no auge da beleza). Brian, o CDF pressionado pelos pais (Anthony Michael Hall). Andrew, o atleta para quem não interessa o segundo lugar (Emilio Estevez). John, o  jovem durão de classe baixa (Judd Nelson). E por fim, Allison, a gótica esquisitona (Ally Sheedy). De olho em todos eles temos Richard, o diretor (Paul Gleason).

Ao longo do dia, todos acabam por se desnudar de alguma forma, expondo seus dilemas, problemas familiares e medos em uma convivência forçada que é praticamente uma terapia em grupo.

Quando o dia acabar, nenhum deles será mais a mesma pessoa.

O grande mérito do filme é essa abordagem universalizada e franca das dores e delícias de ser jovem, sem recorrer às baixarias e piadas de pum que se tornaram a regra nos filmes dirigidos ao público jovem.

Em seus 97 minutos, os cinco jovens fazem de tudo naquele pequeno cenário: se odeiam, se confrontam, se identificam, se apoiam, riem, choram, surtam, dançam, fogem do diretor pelos corredores  e até compartilham um inocente baseado. Enfim, vivem com uma intensidade que nunca haviam experimentado.

Baseado em diálogos rápidos e inteligentes, O Clube dos Cinco tornou-se imediatamente um filme cult, com direito a inúmeras citações na cultura pop desde então, além de ter rendido a banda inglesa Simple Minds o maior hit de sua carreira, (Don't You) Forget About Me.

A oportunidade de assisti-lo na tela do cinema é algo inédito, já que, na época, o filme não foi exibido no Brasil, tendo sido lançado direto em VHS.



Atemporal

Andrew Meyer
Em (brevíssima) entrevista exclusiva por email, Andrew Meyer afirma que “O Clube dos Cinco se tornou cultuado por que é um filme atemporal, com temas os quais qualquer um pode se relacionar: o conflito de gerações e as ‘camadas’ que os estereótipos (o nerd, o atleta etc) vão deixando pelo caminho”.

Como um filme que se apoia integralmente na força das atuações e nos diálogos, O Clube... precisava de um elenco perfeito para cada papel.

“Eu estava lá (nos testes) com o diretor de elenco. E não, eu não chamaria ninguém diferente”, afirma – com razão.

Ele conta que conheceu John Hughes ao ler o roteiro de uma de suas primeiras comédias: “Eu dirigia uma companhia de produção e li o roteiro de Férias Frustradas (National Lampoon’s Vacation, 1983). Achei muito engraçado e daí voei até Chicago para conhece-lo”.

O Clube dos Cinco (The Breakfast Club, 1985) / Dir.: John Hughes / Com  Emilio Estevez, Anthony Michael Hall, Judd Nelson, Molly Ringwald e Ally Sheedy / Cinemark Shopping Salvador / Sábado (23h55), domingo (12h30) e quarta-feira (19h30) /  R$ 14 e R$ 7

3 comentários:

Ernesto Ribeiro disse...

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Pela primeira vez, exibido aqui na cidade-esgoto...


"Que porra vamos fazer até as cinco da tarde presos aqui?"


Ah, Francis, eu adoro a sua liberdade de expressão aqui no ROCK LOCO...

Rodrigo Sputter disse...

nunca vi...se vi, vi criança na tv e não me lembro...mas é óbvio que sei que é um filme que uma galera gosta pra porra...mas curiosamente nunca vi...

Anônimo disse...

classicão !!!
ah a trilha sonora é incrível !
Don't you .... forget about me !!!