sábado, fevereiro 25, 2017

MICRO-RESENHAS DO BALACOBACO

De profundis

Primeira banda de doom metal da América do Sul, a baiana The Cross, após 18 anos parada, chega ao primeiro álbum cheio. Lento, pesadão e sombrio, é som para iniciados – mas neófitos são bem-vindos. Antes tarde... The Cross / Cross /  Eternal Hatred  - The Fall Records / R$ 25







Do fundo das gavetas

O site Scream & Yell organizou uma coletânea só com faixas “sobras de estúdio” de artistas da cena brasileira contemporânea. Tem Vivian Benford (Abre Alas, oportuna e bela),  Cassino Supernova, Beto Só, Volver e outros. Vários artistas / Faixa Seis / Baixe: www.screamyell.com.br







Dos becos de Fortaleza

Liderada pelo carismático Jonnata Doll, Os Garotos Solventes praticam glam rock pós-punk de boa cepa, a despeito do estilão hedonista pós-adolescente. Ouça: Cheira Cola e Crocodilo. Jonnata Doll & Os Garotos Solventes /  Crocodilo / EAEO Records / Baixe: www.jonnatadolleosgarotossolventes.bandcamp.com







Dos porões escuros

Brutal relato ficcional da escritora gaúcha Rô Mierling a partir de sua pesquisa sobre as milhares de crianças desaparecidas todos os anos no Brasil – muitas transformadas em escravas sexuais. Aqui acompanhamos a história de Laura, sequestrada e mantida em um buraco no chão por um “cidadão de bem”. Diário de uma Escrava / Rô Mierling / DarkSide / 224 p. / R$ 49,90







Das estepes russas

Primeiro escritor russo a receber o Nobel de Literatura (em 1933), Ivan Búnin foi um dissidente da revolução de 1917, exilado em Paris. Aqui, ele mergulha no drama de consciência de Dimitri, um jovem apaixonado por Kátia. Traduzido direto do russo pelo ucraniano / brasileiro   Boris Schnaiderman. O amor de Mítia / Ivan Búnin / Editora 34/ 128 p./ R$ 42







Do submundo do crime

Criação do norte-americano Richard Stark (pseudônimo de Donald E. Westlake), o criminoso conhecido apenas por Parker é a estrela de uma cultuada série de romances noir. Dois deles foram quadrinizados pelo recentemente falecido Darwyn Cooke (A Nova Fronteira), com os requintes gráficos e literários que lhe eram característicos. Parker Livro Dois: A Organização / Richard Stark e Darwyn Cooke / Devir/ 156 p. / R$ 59,90







Dos morros cariocas

Lindo documentário sobre as origens e a evolução do samba a partir de depoimentos de bambas da velha guarda de diversas escolas e, claro, muito som na caixa. A alma brasileira no que tem de melhor e mais nobre. Vários Intérpretes / Guardiões do Samba  / Deck / DVD + CD: R$ 39,90







Do fundo do coração

O site Scream & Yell reuniu artistas independentes de boa cepa para homenagear Alceu Valença. Destaque para The Baggios (Vou Danado pra Catende) e Nevilton (Tropicana). Vale (muito) o download. Vários interpretes / Ainda Há Coração / Independente / Baixe: www.screamyell.com.br







Da delicadeza indie

O duo formado pelo brasileiro Jair Naves e a norte-americana Britt Harris lançou dois singles, ambos de audição muito agradável. Este, mais recente, tem como destaque a linda voz de Harris e os arranjos sutis de Naves. NavesHarris / Immaculate Sinners - Sleep / Independente/  Baixe: www.navesharris.bandcamp.com







Do conflito ancestral

Principal escritor israelense contemporâneo, Oz segue refletindo sobre o destino do seu povo e a formação de seu país em Judas. Aqui, ele narra a história de Shmuel, um rapaz, filho de família falida, que se envolve com uma mulher misteriosa e  com o dobro de sua idade. Judas / Amós Oz / Companhia das Letras / 368 p. / R$ 47.90 / E-book: R$ 29,90







Da fantasia super-heroica

Um estranho objeto surge no céu. Pessoas começam a ganhar super-poderes. Tais pessoas se tornam super-psicopatas, matando, destruindo e dominando o planeta. Um grupo de humanos se une para lutar: são os Executores. Super-elogiado, este é o livro um desta série de FC e fantasia. Coração de Aço / Brandon Sanderson / Aleph / 376 p. / R$ 49,90







Do gênio transgênero (ou seria crossdresser?)

Uma das maiores cartunistas brasileiras das últimas décadas, Laerte mistura HQs clássicas (e uma inédita), tiras e estudos de corpos nus em um livro que é quase um almanaque, tamanha sua diversidade de material. Como sempre, ela encanta e faz pensar com a delicadeza que lhe característica. Uma grande artista. Modelo vivo / Laerte / Barricada / 88 p. / R$ 49







Do indie.BR 2000

Banda indie fundamental da geração 2000, a paulista Continental Combo voltou após alguns anos de hiato com Nunca Mais. Psicodelia crocante, com ênfase nas belas guitarras de Sandro Garcia. Continental Combo / Nunca Mais / Voiceprint Brasil / Ouça: www.continentalcombo.bandcamp.com







Da garagem

Rock garageiro com riffs graves, batidas tribais e  vocais abafados vociferando letras irônicas sacaneando a natureza coxinha dos paulistas (Eles), a cultura pop (Eu Era Um Lobisomem Adolescente) etc. Muito bom. Giallos / Amor Só de Mãe / Independente / Baixe: www.giallos.bandcamp.com







Do Rock Grande do Sul

Felizmente, o  glorioso rock gaúcho segue vivo e chutando. É o que se ouve nesta coletânea com onze bandas, entre veteranos (Replicantes, Walverdes) e novinhos (Loomer, Gangue Dinamite). Vários músicos / Volume 11 / Scream & Yell - Dubstudio / Baixe: www.screamyell.com.br / LP: R$ 55







Do fundo de uma cela

Experiente roteirista de HQs, Carey conta, em seu segundo romance, a história de Jess, uma jovem presa em um presídio de segurança máxima após causar um incêndio que matou uma criança. Na cela, recebe toda noite uma visita inesperada e sombria. Quem é ela? O que quer? Fellside: Estranhos Visitantes / M.R. Carey / Fabrica 231/ 464 p./ R$ 49,50







Das profundezas da jângal

Edição de luxo do clássico, traz traz o texto integral dos dois volumes originais, mais de 240 notas e as ilustrações publicadas à época da primeira edição, no fim do século 19. Traz a encantadora história de Mowgli, um menino criado por lobos nas florestas da Índia. Os livros da Selva / Rudyard Kipling / Zahar / 400 p./ R$ 74,90 / E-book: R$ 29,90







Da superação do racismo

Com o sucesso do filme homônimo, o livro em que ele se baseou chega às livrarias. Trata-se da incrível história, oculta até pouco tempo, das matemáticas negras que, com seus cálculos, ajudaram a levar o primeiro astronauta norte-americano ao espaço, em um regime segregacionista. Estrelas Além do Tempo / Margot Lee Shetterly / Harper Collins / 360 p. / R$ 39,90






Do autoexilado além-mar

Terceiro trabalho do cantor brasileiro, residente em Portugal. É um folk de linha indie, as vezes meio desenxabido, mas tem lá seu charme. Nos melhores momentos, lembra nosso André LR Mendes (ex-Maria Bacana) solo. Marcelo Perdido / Bicho / Baixe: www.marceloperdido.net







Das texturas e melodias

Banda paulista post rock de nome exótico com EP de duas faixas. Apesar do estilo ser geralmente mais afeito às texturas que às melodias, aqui o caminho é quase o inverso. Bons sons. E A Terra Nunca Me Pareceu Tão Distante / Medo de Morrer | Medo de Tentar / Baixe: www.eaterranuncamepareceutaodistante.bandcamp.com






Do indie cearense

Este EP de quatro faixas do quarteto fortalezense Subcelebs nada de braçada no indie lo fi de pegada pop, com direito a vocais em duo, letras irônicas (Galera Paia), palminhas (Azedou) e certa animação ma non troppo. Na medida certa. Subcelebs / Subcelebs / Baixe: www.subcelebs.bandcamp.com

quarta-feira, fevereiro 22, 2017

30 ANOS DE CULTO DA MORTE

Reconhecida mundo afora, a banda baiana Headhunter DC faz show no Palco do Rock comemorando três décadas de som extremo

Headhunter DC, foto Frederico Neto
Três décadas de death metal – sem pausa, sem trégua, sem misericórdia – não é para qualquer um. Esse, em descrição mínima, é o status da pioneira banda baiana Headhunter DC.

Neste Carnaval, o antológico grupo liderado por Sergio Baloff (voz) e Paulo Lisboa (guitarra) comemora seus trinta anos com show no Palco do Rock e um lançamento triplo.

O mais importante entre os três CDs que a banda está lançando é a edição de luxo comemorativa de 25 anos do seu primeiro álbum, Born... Suffer... Die (1991, Cogumelo -  Mutilation Records).

O disco duplo traz o álbum original remasterizado, nove faixas bônus e DVD ao vivo com um show gravado em Recife, naquele mesmo ano de 1992.

Os outros dois são um bootleg (disco pirata) ao vivo gravado na Polônia (Death Kurwa! Live in Warsaw 2013), lançado pelo selo escocês Bestial Invasion, e o segundo volume do tributo Born to Punish The Skies... (Mutilation Records), com releituras de músicas do Headhunter por bandas do Brasil e do mundo.

“O  Born... Suffer... Die foi totalmente remasterizado a partir das fitas master”, conta Sérgio Baloff Borges.

“Ele já tinha sido relançado em 2002, por que até então ele não existia em CD, só em LP. Só que a edição de 2002 não ficou boa, o cara que fez a remasterização vacilou, não ficou legal. Essa remasterização de agora foi feita com Thiago Nogueira, ex-baterista nosso e um cara que tem intimidade com esse som”, explica.

Considerado um marco sul- americano do subgênero death metal,   Born... Suffer... Die tem sido aclamado como tal desde seu lançamento pela imprensa especializada mundo afora, levando com glórias o nome da banda (e o da Bahia) às profundezas do underground do metal mundial.

Não a toa, a revista Roadie Crew, o incluiu na sua lista d’Os 60 Grandes Álbuns do Metal Brasileiro.

Culto da morte ao vivo, foto Tapa Olho Imagens
Gravado em Belo Horizonte em maio de 1991, Born... Suffer... Die não tem crédito de produtor, o que significa que foi coproduzido pela banda e o engenheiro de som, creditado como Gauguin (homônimo do pintor pós-impressionista francês).

Na época, além de Baloff e Paulo Lisboa, a banda contava com Simon Matos (guitarra base), Ualson Martins (baixo) e Iaçanã Lima (bateria).

Ainda garotos, os membros da banda fizeram seu primeiro grande show em Salvador, abrindo  a estreia do Sepultura na Concha Acústica do TCA.

No dia seguinte, pegaram um avião para Belo Horizonte.

“Já tínhamos quatro  anos de banda, mas só tínhamos feito shows  para 100, 200 pessoas. Esse (da  Concha) foi para duas mil. Foi memorável. Tocamos numa quinta-feira. Na sexta, embarcamos para BH de contrato assinado  com a Cogumelo para três álbuns”, diz.

“Gravamos no Estúdio JG, lendário da cidade. Todas as bandas da Cogumelo passaram por lá. Tinha 16 canais, o que  para época era muita coisa”, lembra Baloff.

Divisor de águas

1995: com as figuraças Simon Matos e André Moyses (btr). Ft Facebook
Acompanhados no estúdio apenas pelo engenheiro de som de nome exótico, os cinco garotos de Salvador dispuseram de apenas seis períodos de seis horas cada – para gravar um clássico.

”Éramos pivetes, todo mundo novinho, sem experiência, então foi um grande pontapé inicial. Tivemos suporte do pessoal do Sextrash, que tinha terminado de gravar o disco deles”, lembra.

“A gente tirou sangue de pedra. O resultado foi incrível para a época,  uma explosão para a cena e uma divisor de águas para o metal extremo no Nordeste”, afirma Baloff.

“Esse disco ainda é um grande orgulho, como cada álbum da gente, até por que cada um saiu em uma época diferente. Na época, tava rolando um boom de death metal na Europa. Os grandes álbuns de death metal americanos e europeus saíram em 1991, mas no Brasil ainda não era tão divulgado. O  thrash dos anos 1980 tava saindo de moda. Em 1993 veio a moda do black metal”, diz.

“Então nosso disco saiu nesse hiato. Sempre remamos contra a maré, contra a moda. Somos contra mesmo. A maioria das bandas de nossa época, salvo raríssimas exceções, meio que falsearam. Muitas começaram death, viraram thrash ou até grunge. Nós, não. Sempre fomos death metal. Tá no sangue”, afirma Baloff.

Passado o show do Palco do Rock (e mais um no Dubliner’s Irish Pub em 18 de março), a Headhunter embarca em junho para shows no Chile e no Peru, com possibilidades de esticar até a Colômbia.

“Também tocamos em Vitória da Conquista em 29 de abril e em Feira de Santana, em 28 de maio. E ainda estamos fechando Fortaleza”, conta.

No segundo semestre, a banda para com os shows para gravar um novo álbum (o sexto da carreira), com vistas a uma nova turnê pela Europa em 2018 – a segunda da banda.

“Tocar Death Metal é uma eterna busca pela perfeição na música pesada e obscura da morte, musical e ideologicamente falando. Se o ímpeto por essa busca diminui com o tempo ou se acaba,  é hora de parar. Não é esse o nosso caso. A ideia é estar sempre tentando se superar a cada novo álbum. O Culto nunca para”, conclui Baloff.

Headhunter DC, Desafio Urbano, Electric Poison, Batrakia, Maldita (RJ), Awaking, Indominous, Act of Revenge e Overdose Alcóolica / Terça- feira (28), 18 horas / Palco do Rock (Praça Wilson Lins, Pituba) / Gratuito

Born... Suffer... Die  - 25th Anniversary Ed. / Headhunter DC / Cogumelo -  Mutilation Records / CD + DVD: R$ 35 (Vendas através do Facebook da banda)

Death Kurwa! Live in Warsaw 2013 / Headhunter DC / Bestial Invasion / R$ 30 (Vendas através do Facebook da banda)

Born to Punish The Skies... Tribute to Headhunter DC / Várias bandas / Mutilation Records / R$ 18 / Vendas: www.mutilationrec.loja2.com.br



terça-feira, fevereiro 21, 2017

RAUL DE BICICLETA? É O BICICLETRIO DE MARCOS CLEMENT & BANDA ARAPUKA NO CARNAVAL

Marcos Clement, Bicicletrio. Ft Antonio Chequer
Tem projeto cultural que é tão legal que todo mundo quer ajudar. O Bicicletrio Toca Raul, por exemplo: a ideia é tão incomum e o homenageado é tão querido que tanto a Prefeitura (Furdunço) quanto o Governo do Estado (Carnaval Pipoca) adotaram o projeto.

Trata-se de um nanotrio montando sobre uma bicicleta especial (pedalada por duas pessoas), com a banda Arapuka, do cantor Marcos Clement, tocando músicas de Raul Seixas em arranjos de marchinhas.

O Bicicletrio já se apresentou domingo no Furdunço e se apresenta sexta-feira no Pelourinho e sábado, no circuito Barra-Ondina.

“Desde 2005 a Arapuka vem fazendo homenagens a Raul no Carnaval. Já saímos em trios no circuito Barra-Ondina e até tocamos em palcos, como o de Itapoan. Quando a Secretaria de Cultura lançou o edital de nanotrios, tive a ideia de montar um trio em bicicleta tipo quadriciclo“, conta Marcos.

“Toda a engenharia de som e as adaptações da bicicleta foram projetadas por mim. Não é uma engenharia muito complexa, mas foi necessário muita pesquisa e consulta a especialistas, principalmente com relação à alimentação de energia para a sonorização que fosse possível colocar na bicicleta. Os músicos vão tocando no chão, acompanhando a bicicleta com um sistema sem fio, além de uma fanfarra que toca sem amplificação”, detalha o músico.

"São duas pessoas pedalando o Bicicletrio. Hoje, o Bicicletrio é alimentado a partir de baterias recarregáveis ligadas em um inversor. Estamos em negociação com uma empresa de energia solar para que possamos desenvolver um sistema de alimentação adaptado para a nossa bicicleta. No início do projeto, tínhamos pensado em energia gerada a partir dos pedais, porém a quantidade de energia gerada seria muito pequena principalmente por conta da baixa velocidade que a bicicleta desenvolve durante o desfile de carnaval, o que não possibilita a utilização desse meio para geração de energia", explica Marcos.

Trabalho autoral em breve

Marcos Clement e a moça - digo, mosca na sopa. Foto Antonio Chequer
Produção caprichada, o Bicicletrio conta com cada um de seus oito músicos vestidos como personagens de Raul: Cowboy fora da Lei, A Mosca, O Mago, O Hippie etc.

“Os figurinos são de Alethea YF, Nane Sena e Nilzete Clement. A cenografia é baseada na música S.O.S. e tem até um disco voador em cima da Bicicleta. A cenografia é de Ives Quaglia, que trabalha com papietagem e reaproveitamento de material”, conta.

No repertório, clássicos e também músicas mais obscuras de Raulzito, em ritmo de frevo e marchinhas.

"Estamos fazendo uma leitura mais carnavalesca nas músicas de Raul, são arranjos especiais para o carnaval, onde fazemos uma mistura do rock e do frevo em canções como Eu Nasci Há 10 mil anos Atrás, Al  Capone e Rock das Aranha, por exemplo. Essas misturas são coisas que o próprio Raul fazia, como quando ele misturava rock com baião ou com xaxado. O repertório apresenta também clássicos de Raul como Maluco Beleza e Metamorfose Ambulante em ritmo de marchinha e até a música Eterno Carnaval, que originalmente é uma marchinha, composta e gravada por Raul Seixas, mostrando que o carnaval também fazia parte do universo de Raul, que também gravou junto com Wanderléa marchinhas de carnaval para programas de televisão", detalha.

"Tem um sabor diferente tocar no carnaval. Não gosto do carnaval que segrega e que as pessoas da pipoca ficam sofrendo para dar espaço aos grandes blocos. A proposta do Bicicletrio é fazer um carnaval onde nós possamos, tanto a banda quanto o público que nos acompanha, brincar com nossos amigos, nossa família e nos divertir", afirma Marcos.

No ano passado, a Arapuka fez uma ótima série de shows no Teatro Eva Herz, Contando Raul Seixas, nos quais Marcos cantava músicas e contava histórias vividas por Raul, além de receber convidados como Wilson Aragão, parceiro de Raul na inesquecível Capim Guiné.

"Estamos reformulando o show Contando Raul para voltar a cartaz em 2018, com novas histórias e novo repertório. Foram mais de 50 shows ao longo de dois anos em cartaz. Para 2017, a banda Arapuka está montando um show especial com vários convidados para o Dia Municipal do Rock em 28 de Junho que é também aniversário de Raul Seixas", conta.

Este ano, Marcos lança seu primeiro álbum autoral, com direção musical de Jô Estrada e produção musical de André T.

“No dia 11 de março, abro o show de Zeca Baleiro na Concha Acústica com parte desse repertório, que tem  parcerias com compositores como Wilson Aragão e Alice Ruiz. O disco está programado para sair em junho deste ano”, conclui.

Bicicletrio Toca Raul / Sexta-feira (24): Pelourinho, 19 horas / Sábado (25): Circuito Dodô (Farol da Barra – Cristo), 14 horas / Gratuito

NUETAS

2blues e Caian hoje

2blues e Caian são as atrações do  Quanto Vale o Show? hoje. 20 horas, Dubliner’s, pague quanto quiser.

PdR 2017 na Pituba

Mesmo com todas as dificuldades e críticas, o Palco do Rock segue marcando presença no Carnaval. Este ano, o festival rola em uma localização mais central (Pituba) e a programação traz boas bandas todos os dias. Vamos destacar algumas. Sábado vale curtir Drearylands, Nervochaos (SP), IV de Marte, Jato Invisível e Pastel de Miolos. Domingo curta Vandex, Malefactor, Os Informais e Karne Krua (SE). Segunda-feira, o lance é Benete Silva, The Cross, Ronco, Inner Call, Circo de Marvin e Clube de Patifes. E terça-feira não perca Headhunter DC, Maldita (RJ), Batrakia, Indominous e Overdose Alcóolica. Praça Wilson Lins (Pituba), grátis.

sexta-feira, fevereiro 17, 2017

A NOITE É DA FOLIA RETRÔ

Baile: Retrofolia, banda surgida dos Retrofoguetes, é a atração de hoje  na Commons, com repertório de Armandinho, Dodô & Osmar

Kaverna à frente do Retrofolia, foto Sidney Rocharte / SecultBA
Turistas desinformados podem não ter a menor ideia, então que preste-se aqui o serviço: o  mais legítimo som  do Carnaval baiano, que foi criado pelo Trio Elétrico Armandinho, Dodô & Osmar, é a programação de hoje na casa Commons Studio Bar, a cargo do grupo local Retrofolia.

Armandinho, Dodô & Osmar, o trio, continua na ativa e se apresenta diversas vezes nos próximos dias, sendo insubstituível e imperdível.

Seus mais fieis discípulos, contudo, fazem essa prévia no baile de hoje, com todo o punch acumulado em décadas de atividade na cena roqueira local.

Inicialmente um projeto paralelo e sazonal da banda instrumental Retrofoguetes, o Retrofolia, aos dez anos, é uma banda  independente, afirmam seus integrantes.

“Sim, o  Retrofolia e o Retrofoguetes são duas bandas distintas.  O que foi um dia um tentáculo dos Retrofoguetes hoje é uma outra banda, com mais dois integrantes: Paulo Chamusca (guitarra), nosso amigo  de infância, e Kaverna (vocais)”, afirma o guitarrista Morotó Slim.

Ele conta que a banda / projeto surgiu ao encontrar amigos do rock local na folia.

“Acho que o Retrofolia foi um start interessante para mostrar o que era a guitarra baiana para a galera mais jovem que ia aos shows de rock e depois eu encontrava atrás do trio de Dodô & Osmar no carnaval”, diz.

“Aí, conversando com Rex (baterista) resolvemos agilizar algo para satisfazer tanto a gente, que amamos esse som, quanto essa galera que tinha necessidade de um Carnaval melhor”, afirma.

No show de hoje, a nata do repertório de Armandinho, Dodô & Osmar – tanto temas instrumentais quanto com vocais. “A intenção é fazer a coisa mais próxima possível do original. Não é releitura. Queremos tocar como as pessoas deixaram de tocar, coisas da década de 1970 que nem os Macedo (Armandinho e família) tocam mais”, diz Morotó.

Kaverna, Chamusca, Fábio, Rex, Morotas e Julio. Foto Clara Marques
Animadíssimos, os bailes do Retrofolia costumam receber muitos convidados, entre membros da família Macedo e parceiros da cena independente.

Infelizmente, até o fechamento desta matéria, nenhum convidado confirmou hoje.

“Tem muito evento na cidade, esse verão ta bombando, né? O povo tá sem dinheiro, mas tem festa pra cacete, então nada confirmado ainda”, diz Morotó.

Kaverna vai de Frida

Membro mais recente do grupo – apesar de participar como convidado desde o primeiro baile – o mineiro Kaverna tem muita experiência de palco, tendo participado da banda de rock brega Veludo Cotelê nos anos 1980.

"Vim para a Bahia (nos anos 1990) com 34 anos. Eu ia cantar no Fera Gorda (projeto da produtora de Ivete Sangalo). O projeto acabou, mas eu fiquei por aqui mesmo. Na época, eu pesava 134 quilos. Já cheguei a pesar 184. Hoje estou com 98. Apesar disso, sou judoca há 27 anos, inclusive sou árbitro da Federação Baiana de Judô. Também joguei handebol por 16 anos, tenho uma vida ligada ao esporte. Hoje malho de segunda a sexta, duas vezes por dia: academia de manha e corrida de noite. Então, tô no gás total para esses shows. Tenho até um sapato especial para o carnaval, um Kangoo Jump. Carlinhos Brown também usa. Comprei para me destacar, mas depois vi que também era bom para correr", relata a figura.

No Retrofolia,  é uma verdadeira usina de alegria, apresentando-se sempre de fantasia. Hoje, ele vai de Frida Kahlo.

“Trago essa irreverência desde o Veludo Cotelê,  em que eu já cantava fantasiado. Nunca subi no palco sem figurino, tem que ter uma roupa especial – e sempre ligada à comédia. Apesar disso, nunca subi no palco (de um teatro) como ator, mas sou rádio-ator, já fiz TV e cinema também, mas sou mais atuante como radio-ator, por que faço muitas vozes. Isso me facilita bastante. Como sou músico e publicitário, tudo entra na receita”, afirma Kaverna.

Viva a guitarra baiana, minha porra! Foto Aristeu Chagas / SecultBA
Orgulhoso de fazer parte de um grupo que resgata uma das mais belas facetas da música baiana, Kaverna destaca que o Retrofolia também ajudou a repopularizar a guitarra baiana.

“Quando o Retrofolia começou,  a guitarrinha estava relegada a Armandinho. Hoje tem um monte de gente tocando e fazendo. Contribuir para isso  me deixa feliz, por que é um instrumento nascido na Bahia, que  merece todo carinho e homenagem”, afirma.

"Esse repertório tem uma coisa incrível, que agrada a músicos e leigos. É uma música difícil de tocar e fácil de ouvir. Isso é uma coisa muito difícil de acertar, agradar aos músicos e ao público. Eles (Armandinho, Dodô & Osmar) conseguiram e a gente bebe desta fonte", conclui.

Agenda Retrofolia: O Carnaval das Guitarras Baianas:
  • Hoje, 22 horas / Commons Studio Bar (Rua Doutor Odilon Santos, 224, Rio Vermelho) / R$ 20 (no local) ou R$ 15 (fantasiado ou com o nome em www.commons.com.br/lista amiga)
  • 24 de fevereiro (sexta-feira), 22 horas / Largo Pedro Archanjo, Pelourinho / Gratuito

quinta-feira, fevereiro 16, 2017

O GROOVE SOLO DE IRMÃO CARLOS

Irmão Carlos lança álbum solo com show gratuito sábado, no Rio Vermelho

Irmão Carlos, foto Ted Ferreira
Figura fundamental da cena independente com sua atuação no Espaço Dona Neusa, onde há mais de uma década promove shows, oficinas e outras atividades, Irmão Carlos ainda não foi devidamente apreciado pela própria música.

Sábado, quando lança seu primeiro álbum solo, é boa oportunidade para começar a faze-lo.Auto-produzido, auto-bancado e gravado no Estúdio Caverna do Som, parte do Espaço Dona Neusa, Carlinhos, como é conhecido, contou com ajuda dos amigos e admiradores via crowdfunding para viabilizar as cópias físicas do disco e o show de lançamento, que será na rua e gratuito, no Palco Toca Raul (Rio Vermelho).

“Só mandei o disco para masterizar em São Paulo. O resto, fiz tudo, da composição à mixagem.  Aí os caras do estúdio que masterizou, o Absolute Master, se amarraram no som e resolveram patrocinar também”, conta, feliz.

“Eles vem pra Salvador curtir o show e tudo. Imagine? Aqui a gente dificilmente consegue patrocínio, aí vem uma galera de São Paulo  patrocinar e prestigiar. Está tudo caminhando da melhor forma”, afirma.

"Quando decidi fazer esse solo decidi que era o momento em que me sinto sem pele, sem casca, os nervos expostos, hora de botar tudo que é bom e ruim pra fora. Isso veio muito da angústia e da ansiedade de ser também o momento em que eu saio da casa de Dona Neusa, depois de 39 anos, depois de muita coisa acontecendo na vida. E o disco foi sendo feito assim, nesse momento de transição. Entre compor e gravar foram dois anos", relata.

Convidados de primeira

Depois de três álbuns à frente da banda O Catado, Irmão Carlos, o disco, vem demonstrar a imensa habilidade do músico para criar grooves funk de rachar o assoalho – sem soar vazio nas letras, influência de bandas dos anos 1980, como Skowa & A Máfia, Talking  Heads e Titãs, sua preferida.

“Esse disco traz uma mudança pra mim, por que tem a raiz, eu me mantenho no funk. Mas também visito a música eletrônica e o blues”, conta.

Nas letras, aborda temas atuais, como o mito meritocracia, devidamente desmascarado em Seu Lugar.

“Muitas coisas que ficaram escondidas e não podíamos falar, estamos falando mais abertamente agora: o racismo, o machismo, a homofobia. Estamos podendo falar, debater, quem é contra, que é a favor, ouvimos argumentos de um lado e de outro. Então as letras são relacionadas a coisas que vivi. Estudei em escola particular e não percebia aquela coisa velada (racismo), mas com o tempo você começa a perceber o que acontecia na época. Tipo por que naquele dia tal eu não pude entrar naquele tal lugar?”, afirma.

Outra habilidade de Carlinhos é o da agregação. Em diversas faixas, convidados locais de primeira linha abrilhantam suas composições.

Engrenagem da Ilusão conta com a IFÁ Afrobeat e seus metais em brasa. E Quando Eu Acordar traz o guitar hero Eric Assmar, W Raimundo tem Enio (que aliás, faz o show de abertura no sábado), Me Engasguei Outra Vez no Jantar apresenta Alexandre Tosto (da Scambo) e Flutuar é Uma Vontade tem o guitarrista e produtor Junix.

“A gravação foi uma Disneylandia, cada encontro foi uma festa. A IFÁ passou um dia inteiro aqui. Iam fazer uma música só, mas Jorge Dubman (bateria) e Fabricio Mota (baixo) se empolgaram e gravaram outra,  Me Engasguei..., com Tosto”, conta.

“Já com Eric Assmar foi engraçado. Ele chegou com um slide raro, de vidro de remédio americano. Aí eu tava com  uns amigos no estúdio e aconteceu um acidente, o negocio caiu no chão e quebrou. Ele ficou triste, mas não baixou a guarda. Olhou de um lado, olhou de outro, pegou uma garrafinha de cerveja long neck e meteu nas cordas. E saiu o som que ele quis”, relata, admirado.

No show de sábado, porém, ele não conta com convidados. O foco será nele e na sua banda.

"A prefeitura, dona do Palco Toca Raul, entra com o palco e a liberação (junto à Sucom), eles tem um acordo com a Sucom, algumas secretarias que eu precisaria oedir autorização. Eles já fazem isso internamente, já facilita. A grana para som luz e cobertura foi para a equipe do Tio Bill, que é uma das melhores. Ele mesmo (Bill) deu a ideia, 'vamos fazer esse show na rua', 'mas eu não tenho dinheiro', 'ah, venha conversar vamos fazer uma parceria'. Então foi assim, tá tudo dando certo. No show não tem convidados. Tem o show de abertura de Enio e o meu, comigo e minha banda, que é uma mistura (de membros) da Suinga, com Tabuleiro Musiquim e Gazumba: Silvio de Carvalho (guitarra), Danilo Figueiredo (baixo), Allan Villas Boas (bateria) e Marcos Felipe (teclados). Eu também toco uns brinquedinhos eletrônicos", conclui.

Irmão Carlos: Show de lançamento / Abertura: Ênio / Sábado, 18 horas / Palco Toca Raul (ao lado da Paróquia de Sant’Ana, Rio Vermelho) / Gratuito

terça-feira, fevereiro 14, 2017

OS INFORMAIS SE JOGAM NO CARNAVAL COM TRIO NO FURDUNÇO E SHOW NO PALCO DO ROCK

Os Informais, foto Rafael Almeida
Já foi o tempo que roqueiro baiano se satisfazia em se esconder, camisa preta no lombo, do Carnaval.
Cada ano que passa, mais bandas buscam espaço na (alerta de clichê) “folia momesca”.

Para o trio pop rock Os Informais, periga virar tradição: este o segundo ano que a banda liderada por Daniel Calumbi se apresenta no Furdunço (no domingo, dia 19).

Detalhe: sem abrir mão de se apresentar no reduto roqueiro por excelência do Carnaval, o Palco do Rock, no dia 26.

“Fazer rock para multidões no carnaval tem um sabor mais que especial. Tudo está mudando, o mundo é dinâmico e precisamos quebrar os paradigmas”, afirma Daniel.

“Essa conversa que o rock precisa de segregação está defasada. Sabemos que o gênero nos últimos dez anos está dialogando com 'guetos', tem muita banda boa, muito som de qualidade, mas a forma como essa comunicação é feita talvez deva ser repensada. Acredito que o rock tem capacidade de penetrar na massa, assim como foi nos anos 1980, e o carnaval é uma excelente oportunidade para atacarmos”, acrescenta.

Selecionados via edital, Os Informais levarão para sua apresentação no trio elétrico diversos convidados do rock local: Dieguito Reis (Vivendo do Ócio), Ronco, Batrákia, Irmão Carlos, Conversiveis, Duda Spinola e A Feira. “Talvez um nome forte surpresa aconteça mas ainda não está confirmado”, avisa Daniel.

“Foi (seleção) através de edital, e recomendo (a outras bandas), sim. Não é um processo fácil, pois exige muito empenho. Nos esforçamos bastante em todo o processo, pois não temos produtora. Viramos ‘nossa produtora’ e arcamos com esse ônus. Agora, com certeza, virá o bônus”, acredita.

“Somos pioneiros nessa proposta de trazer um trio de rock no pré-carnaval e queremos colocar em evidência também nossos amigos da música que estão ralando assim como nós, para fortalecer a cena rocker baiana”, diz Daniel.

Potencial comercial

Uma das poucas bandas da cena a praticar um som de considerável potencial comercial, o trio formado por Daniel  (voz), Mário Borba (guitarra) e Elton Cardoso (bateria) está se preparando para virar a mesa em 2017: “ Estamos guardando a nossa munição para dar um tiro de canhão. Estamos pesquisando muita coisa, nos conectando a muita gente. Mas nossa intenção é justamente chegar com tudo pronto: um álbum bem produzido, bons clipes, bons shows e público. A partir daí buscaremos produtoras, mas sempre trabalhando paralelamente, porque na realidade em que vivemos, ser músico apenas é um luxo”, afirma o cantor.

“2017 já está sendo um ano maravilhoso para Os Informais. Começamos trabalhando neste projeto do Furdunço e um show insano no Palco do Rock, que  também é um evento muito importante pra nós. Após  o ‘Carnaval Informal’ nos concentraremos no álbum e a partir daí, criaremos um plano de ação focado nele, com shows, clipes, merchan e projetos nossos. O maior desafio em 2017 é a nossa música, queremos produzir um álbum impactante mesmo com músicas marcantes e finalmente deslancharmos com a banda”, promete.

"(Em 2016) Tivemos alguns imprevistos no meio do percurso e priorizamos os shows, para monetizarmos a banda e produzirmos um álbum com tudo que uma banda de rock tem direito.  Vamos  dar uma pausa agora em março e começaremos as gravações com André T. Inclusive já tivemos um encontro em estúdio com ele, a fim de apresentar as músicas novas, com certeza este álbum deve sair até julho de 2017. Apesar de tentar evitar a expectativa, temos consciência que este álbum será um divisor de águas na história d'Os Informais. São dez anos acumulando música e finalmente temos as melhores na mão, a expectativa é a melhor possível", conclui Calumbi,

Agenda Os Informais / 19.02: Furdunço, 14 horas (Circuito Orlando Tapajós) / 26.02: Palco do Rock  / 09.03: Sport House (Lauro de Freitas)  / www.facebook.com/osinformais



NUETAS

Coquetel, Exu Over

As bandas Coquetel Banda Larga e Exu Overdrive são as atrações no Quanto Vale o Show? de hoje. 19 horas, Dubliner’s, pague quanto quiser.

Pasolini, Pierry, Laia

Música, cinema e literatura se atravessam toda quintas-feira no Cinemex, mais um evento Low Fi Processos Criativos (leia-se Edbrass Brasil). Nesta quinta, exibição do curta-metragem Os muros de Sana (Le mura di Sana’a, 1971), de Pier Paolo Pasolini, seguido de comentários do crítico e pesquisador Marcos Pierry. Na sequência, show da Laia Gaiatta. 20 horas no  Lebowski Pub (Rua da Paciência, 127, Rio Vermelho), R$ 10.

Saideira: Vinil 69 com Lo Han

Mas se  teu lance é rock  mesmo, sem “homenagem” ao Tropicalismo pra pagar de intelectual, pinta no Dubliner’s sábado que a Vinil 69 e a Lo Han tão prometendo botar a casa abaixo. Até por que é o último show da V69. Ou seja: loucura vai perder. Sábado, 22 horas, R$ 10.

sábado, fevereiro 11, 2017

MINHA MICRO-RESENHA TE AMA

Edição desprivilegiada para um clássico

Segundo álbum do Metallica, Ride The Lightning (1984) foi relançado em edição de luxo em um pacote com seis CDs, livro, poster, o escambau. Lá fora. No Brasil, a gravadora optou economizar em um CD simples, sem uma faixa bônus sequer. Metallica / Ride the Lightning / Universal / R$ 29,90







Um violino à serviço do Brasil

Violinista erudito, Ricardo Herz gosta mesmo é da (sofisticada) música popular brasileira. Neste álbum, investiga o choro (Atlântico, de Ernesto Nazareth), o maracatu (Brisa) etc. Uma delícia que só podia ser do Brasil. Ricardo Herz Trio / Torcendo a terra / Scubidu Music / Preço não divulgado






Power trio avant garde

Não vamos enganar ninguém. A música deste álbum não é para todos os gostos. Trata-se de trio sax- guitarra-piano a investigar os limites do avant-garde via jazz e erudito. O plantão aqui é rigoroso. Xô preguiçosos. Lanca / Roda / Sê-lo! / Ouça, Baixe: www.selonetlabel.bandcamp.com 







Pop sinfônico

Cantor de talento indiscutível, Mika se faz acompanhar por orquestra e coro no Teatro Sociale Di Como (Itália). O resultado é um concerto  pop sinfônico de alta categoria. Estão aqui seus hits Grace Kelly, Stardust, Boum Boum Boum e outros. Mika / Sinfonia Pop / Universal Music / R$ 36,90







Sarcasmo com palitinhos

Uma das webcomics (quadrinhos para a internet) de maior sucesso do mundo, as tiras Cyanide & Happiness chegam ao Brasil em versão impressa. Personagens toscos (palitos) em situações mais toscas ainda do dia a dia. Humor com inteligência e trogloditismo. Cyanide and Happiness: Zoo da Porrada / Kris Wilson, Rob DenBleyker, Matt Melvin e Dave McElfatrick / Devir / 199 p ./ R$ 45


Bruna Surfistinha pela ótica do cliente

Ex-executivo da Livraria Saraiva, Ricardo Daumas estreia na ficção com um romance sobre um homem de negócios que, obrigado a se mudar do Rio para São Paulo, se encanta com sua vizinha, uma garota de programa. A partir daí, começa a questionar sua própria moral. Quem de fato, se prostitui? Amor de Puta / Ricardo Daumas / Sensus / 280 p. / R$ 34,90







Barbárie generalizada

Excelente peça de jornalismo em quadrinhos, este relato da trajetória do Sendero Luminoso, grupo terrorista peruano, é assombroso pelo detalhismo de sua pesquisa e pela crueldade praticada por ambos os lados do conflito (SL e militares). Deveria ser estudado em escolas. Sendero Luminoso / Luis Rossel, Alfredo Villar, Jesús Cossío / Veneta / 208  p. / R$ 64,90






Rock "careta", graças a Jah

Quem ainda tá nesse papo de que o rock já era tá por fora. No apagar das luzes de 2016, o trio alagoano Necro saiu com esse petardo de rock, careta que só: pesado, psicodélico, alucinado. Ouça: Azul Profundo e Viajor. Bravo! Necro / Adiante / Abraxas / Ouça: www.facebook.com/necro.al







Fábio Júnior style

Galãzinho zona sul canta suas baladinhas melosas para mocinhas com hormônios em chamas. Até aí, nada demais. O problema é que, de fato, aqui nada se salva. A começar pela onipresente e insuportável Amei Te Ver. Detestei te ouvir. Tiago Iorc / Troco Likes Ao Vivo / SLAP / R$ 29,90







Lyra carioca

Sobrinho do bossa novista Carlinhos Lyra, Cláudio Lyra chega ao segundo álbum seguindo a trilha aberta pelo tio, com um som carioca para carioca ouvir. Não é ruim, mas... Ouça: Esparrela do Brasil.  Cláudio Lyra / Autobiografia Não Autorizada / Lunatikus Diskus / Preço não divulgado






Versos livres

Esta coletânea reúne poemas dos doze livros já lançados pela autora carioca. Seus versos não buscam a rima, mas a sutileza dos sentimentos e a concisão da forma. Às vezes, pode-se dizer tudo em duas linhas: “Não é a dúvida que duvida / É a certeza que se engana”. Comigo / Fernanda Oliveira /  Imprimatur / 216 páginas / R$ 37







ETs gente fina

Mestre da narrativa infanto-juvenil, Orígenes Lessa (1903-1986) conta aqui a história do encontro entre um garoto esperto, Gil Vicente, e um grupo de visitantes extraterrestres baixinhos e de barbicha ruiva. Ao lado dos amigos interplanetários, Gil embarca em uma agitada aventura rumo a maturidade. Os Homens De Cavanhaque De Fogo / Orígenes Lessa / Global / 136 p. / R$ 39






Clássicos populares do Pará

Aos 79 anos, o paraense Pinduca, Rei do Carimbó, chega ao 36º álbum, fazendo uma releitura de seus hits clássicos para as novas gerações. Para os baianos, lembra bastante a lambada. Um belo artista popular. Pinduca / No Embalo do Pinduca / Ná Music - Natura Musical / R$ 29,90







Rael das rimas

Na manha, sem (muita) marra, o rapper Rael manda seu recado em um álbum de sonoridade suave e suingada, cortesia do produtor Daniel Ganjaman. Ouça: Livro de Faces e Falacioso. Rael / Coisas do Meu Imaginário / Laboratório Fantasma - Natura Musical / R$ 19,90








Saga sensível

Ye, um menino tímido que vive em uma vilazinha em local e tempo indefinidos, recebeu um sopro do Rei Sem Cor. Doente, ele parte em busca da bruxa que deverá cura-lo. No caminho, encontra piratas, monstros e malandros. Belíssima HQ de fantasia em preto & branco, indicada para todas as idades. YE / Guilherme Petreca / Veneta / 176 p. / R$ 59,90







Máfia na capital do pecado

Em seu segundo livro publicado, a escritora santista Cláudia Lemes explora o gênero noir em um romance de vingança ambientado na máfia italiana de Las Vegas. Em um texto cru, ela conta a história de Charlie, dividido entre o ódio pelo próprio pai e a paixão que sente pela esposa dele. Um martíni com o Diabo / Cláudia Lemes / Empíreo / 336 páginas / R$ 44,90







Sobre minha vagina

Comediante stand-up e atriz de sucesso, a protagonista da série Inside Amy Schumer faz neste livro mais ou menos o que já faz em seus shows: fala com uma franqueza chocante e divertidíssima sobre sexo, auto-imagem, relações diversas e, claro, da própria vagina. Ousada. A garota com a tribal nas costas / Amy Schumer / Intrínseca/ 336 p./ R$ 39,90 / E-book: R$ 24,90







Nobres tradições

Herdeiros de uma estirpe de cantadores ancestrais, os irmãos Marinho levam adiante a gloriosa tradição de sua cidade, São José do Egito (PE), berço da cantoria. Ouvi-los é se conectar com o que há de mais nobre na cultura popular. Em Canto & Poesia / Em Canto & Poesia / Independente / Ouça: www.facebook.com/EmCantoEPoesia






Manifesto desesperado

Álbum mais pesado de Moby desde Animal Rights (1996), These System Are Failing é o desesperançado manifesto do artista diante do mundo cada vez mais irracional. Som  no limite do HC digital. Ouça Are You Lost In The World Like Me e Don't Leave Me. Moby & The Void Pacific Choir / These Systems are Failing / Lab 344 / R$ 32,90






Sinfonia brasileira contemporânea

Menino prodígio do piano, o pernambucano Vitor Araújo lançou um dos álbuns mais importantes de 2016. Neste duplo, ele bota orquestra e tradições indígenas e afro brasileiras para dialogar. O resultado soa esplendoroso. Vitor Araújo / Levaguiã Terê / Ouça - baixe: www.naturamusical.com.br