terça-feira, setembro 19, 2017

MAIS E MELHORES BLUES

Breno, Gigito, Daniel, Tácio e Mardou. Foto Maurício D'Ávila
A espantosa diversidade da música baiana (a de verdade, não aquela folclórica que te vendem na TV) ganhou mais uma ótima novidade: é a banda Muddy Town, um grupo de country blues (ou bluegrass) em plena Salvador.

Em suas fileiras, alguns rostos já mais ou menos conhecidos de frequentadores da cena blueseira / underground local: Gigito (no banjo) e Breno Pádua (gaita), mais a cantora e band leader Mardou Monzel, Daniel Ianini (contrabaixo) e Tácio Lima (percussão).

"Esta formação da Muddy Town se iniciou em janeiro de 2015, a partir do momento em que comecei a tocar quase todos os finais de semana com Breno, Gigito, Flash, Zet e depois Daniel, numa jam de country que acontecia no Porto da Barra. Tácio Lima entrou na  banda após nossa última apresentação" (no infelizmente extinto Hot Dougie's), conta Mardou.

O quinteto já gravou um EP, On The Grass, con cinco faixas, ainda à espera de lançamento oficial – mas que já pode ser ouvido no Soundcloud da banda.

“Foi autoproduzido, mas contamos com Tadeu Mascarenhas (Casa das Máquinas) na gravação e na mixagem”, conta.

“Gravamos o Ep ao vivo e procuramos captar os instrumentos da maneira mais acústica possível para preservar a sonoridade da banda e manter-se fiel ao que soamos numa apresentação, até porque esse tipo de música que fazemos parece funcionar melhor assim”, acrescenta.

Família Buscapé

Ao ouvir o som da Muddy Town, a sensação imediata é de estar em um episódio de A Família Buscapé (ou Os Gatões): uísque caseiro, cigarro de palha e um velho trabuco.

A voz poderosa de Mardou e a gaita de Breno se sobressaem na cama arrumada pelo banjo de Gigito – por sua vez, bem firme sobre as bases de Daniel e Tácio. Um conjunto e tanto.

“Nosso estilo tem sido classificado como country blues, e vem da mistura de influências e gostos entre os membros. Nossos estilos musicais têm relações próximas, estamos aprendendo muito com isso e criando canções novas e divertidas numa pegada bluegrass, e outras mais sérias em arranjo de jazz e blues”, conta.

Neta de um trombonista, Mardou ficava pilhada quando ouvia o avô tocando. Volta e meia, cantava para que ele a avaliasse.

Mardou Monzel. Foto Maurício D'Ávila
“Minha formação curricular musical é de Graduação de Licenciatura em Música com habilitação em violão pela UCSal, mas abandonei o curso no início de 2016. Quando eu era criança, ouvia muita música em casa, a influência maior veio do meu avô que era trombonista. Ele me instigava com sua energia musical quando pegava o trombone e tocava pela casa. Por muitas vezes me colocava para cantar na frente dele para analisar a minha voz, ele dizia que eu cantava bem para minha idade – eu devia ter uns 9, 10 anos. Muitas vezes ele fazia críticas para que eu melhorasse e eu me esforçava para surpreendê-lo. Mas o que me inspirou mesmo a cantar foi quando ouvi Just You And Me Darling de James Brown. Achei aquilo maravilhoso, a energia da música, a voz de James... eu ouvia essa música repetidas vezes e queria cantar igual a ele. Eu achei esse disco de James no quarto do meu tio – quando CD ainda era uma coisa rara, este disco fazia parte de uma coleção de soul music onde também tinha Wilson Pickett... Eu devia ter uns 11 anos. Aprendi muito sobre blues com um amigo chamado Marcelo Cabral, ouvi muito Sonny Boy Williamson, Little Walter, Big Mama, Howlin Wolf, Muddy Waters – inclusive o nome da banda faz referência a ele. Depois migrei para o country, folk tradicional, bluegrass, work songs e prison songs, Karen Dalton, Jim Croce, Leadbelly, Bob Dylan, Doc Watson, Odetta e sobretudo, Ray Charles. Todas essas coisas me inspiraram, me ensinaram e me ensinam a cantar e a compor as músicas para a banda”, relata.

Do James para o blues e o country foi um pulo. O resultado está na rede (e nos palcos da cidade) para apreciarmos.

"Para um futuro próximo, temos planos de lançar o EP On the Grass e fazer um clipe divertido. Em dezembro desejamos gravar mais um EP com mais 5 faixas de canções autorais. Temos músicas para gravar um álbum, mas não temos pressa. A banda tem feito inscrição em alguns festivais e na corrida diária de pautas em casas de show e pubs pela cidade e fora da cidade", conclui.

www.facebook.com/muddytownband



NUETAS

Not Names, Via Sacra

Punk rock raiz hoje na session Quanto Vale o Show?, com as bandas Not Names (de Catu) e Via Sacra. Dubliner’s, 19 horas, pague quanto quiser.

Neila, Larissa, Laila

Sexta-feira tem a cantora Neila Kadhí convidando as colegas Larissa Luz e Laila Rosa. É o festival Sonora Salvador 2017 no Espaço Cultural da Barroquinha. No sábado é a vez de Coletivo A Intêra, Marília Sodré e Alexandra Pessoa. 19 horas, R$ 10 e R$ 5.

Malefactor e Dreary

A galera do metal vai descer em peso  sábado para o  show de duas das melhores bandas baianas de todos os tempos: Malefactor (lançando disco novo!) e Drearylands. Groove Bar, 22 horas, R$ 20 (antecipado), R$ 25 (lista),  R$ 30 (na porta).

2 comentários:

Franchico disse...

Demorou!

https://omelete.uol.com.br/series-tv/noticia/the-handmaids-tale-sera-exibida-no-brasil-pelo-paramount-channel/

rodrigo sputter disse...

https://www.youtube.com/watch?v=eZuBzrfaaYk

video pra quem acha que funk carioca é só bundinha no chão e etc...ainda tem a participação do grande Nelson Maca no clipe...