domingo, dezembro 17, 2017

O DESPERTAR DA INCERTEZA

Dirigido e roteirizado por Rian Johnson,   Star Wars: Os Últimos Jedi é o mais ousado episódio da adorada saga espacial

Rey, para de treinar aí no frio, nega. Aliás, fica aí mess!
Oitavo episódio de série de aventura mais bem sucedida da história do cinema, Star Wars: Os Últimos Jedi parece ser uma espécie de atestado de maioridade da  saga.

Tá, a afirmação parece sem sentido quando lembramos que se trata de um filme da Disney –  com naves espaciais, armas de raios e bichinhos fofos (os porgs, nova aquisição para a mitologia da série que deve ter deixado os fabricantes de brinquedos salivando) pululando  na tela.

O fato é que, em um universo sempre pintado como um tabuleiro de xadrez, onde o claro e o escuro são muito bem definidos  (Jedis versus o lado sombrio da Força), Os Últimos Jedi bagunça um pouco as coisas, deixando o tabuleiro mais parecido com um símbolo Yin - Yang: pontos de escuridão onde tudo é claro – e pontos de luz onde só há escuridão.

"Capitã Phasma, por que sua espada é maior que a minha?"
Essa abordagem proposta pelo diretor Rian Johnson (da subestimada ficção científica Looper, de 2012) traz uma ousadia até então inédita à saga Star Wars, além de deixa-la mais, digamos, “adulta”.

Além desses momentos de incerteza que acometem alguns dos personagens principais, Os Últimos Jedi traz outras novidades para a mitologia da saga – além dos porgs – como novos planetas, naves e personagens inusitados.

Um exemplo são as breves mas marcantes participações de Benicio del Toro (como DJ, um marreteiro espacial) e Laura Dern (como a Vice Amirante Holdo).

Não a toa, os dois personagens levam algum tempo para exibir suas verdadeiras naturezas, em concordância com o que parece ser o tema dominante do filme.

"Estou procurando um certo jornalista que me chamou de Darth Vader júnior"
Clímaxes em sequência

Continuação direta do episódio 7, O Despertar da Força (2015), Os Últimos Jedi se desdobra inicialmente em três frentes.

A aspirante a Jedi Rey (Daisy Riddley) busca se disciplinar na doutrina da religião junto ao recluso Luke Skywalker (Mark Hammil, na melhor atuação de sua vida).

Enquanto isso, o piloto Poe Dameron (Oscar Isaac) luta junto a Leia (Carrie Fisher) e demais membros da Resistência para fugir da perseguição implacável que sofrem das naves da Primeira Ordem (o novo Império).

A última frente traz o ex-stormtrooper Finn (John Boyega) e a mecânica Rose (Kelly Marie Tran) em busca de uma forma de sabotar as naves da Primeira Ordem.

Os últimos momentos de um porg prestes a ser devorado por um wookie
Em meio a tudo isso, o sinistro Kylo Ren (Adam Driver), uma espécie de Darth Vader júnior, consegue criar uma conexão mental com Rey, enquanto galga posições na hierarquia da Primeira Ordem.

No decorrer da trama, todos os personagens se cruzam enquanto se encaminham para não apenas um clímax – mas uma série deles, que tomam conta da tela de forma explosiva, alucinante mesmo,  a partir de certa altura do filme.

Sejamos francos: os primeiros quarenta ou cinquenta minutos de Os Últimos Jedi passam de forma meio lenta, tempo que Rian Johnson (que também assina o roteiro) leva para arrumar as peças no seu tabuleiro de xadrez.

Depois disso, é só emoção, com as posições brancas e pretas do tabuleiro se sobrepondo e se misturando como nunca antes na história de Star Wars.

Se a retomada da saga pela Disney já estava boa desde Despertar, Rian Johnson acaba de elevar as apostas.

Novos planetas! Novas naves! Tá, nem tão novas assim...
Se J.J. Abrams, que dirigirá o episódio nove, vai pagar pra ver, resta aguardar 2019...

Star Wars: Os Últimos Jedi / Dir.: Rian Johnson / Com Daisy Ridley, Adam Driver, Oscar Isaac, John Boyega, Mark Hamill, Carrie Fisher / UCI Orient Shopping da Bahia, UCI Orient Shopping Barra, UCI Orient Shopping Paralela, Cinépolis Shopping Bela Vista, Cinépolis Shopping  Salvador Norte, Espaço Itaú de Cinema, Cinesercla Cajazeiras, Cinemark

4 comentários:

Franchico disse...

RIP Álvaro Assmar.

Sem palavras no momento.

Franchico disse...

http://rockloco.blogspot.com.br/2014/09/velha-estrada-abordagem-diferente.html

http://rockloco.blogspot.com.br/2011/11/alvaro-assmar-25-anos-de-bons-servicos.html

Unknown disse...

Poucos dias atrás eu comentava com amigos que ver o Álvaro tocar era das poucas coisas que ainda animava sair de casa por aqui...

rodrigo sputter disse...

Álvaro além de um grande guitarrista/pioneiro do Blues baiano, era um cara muito legal, um grande camarada, simpático, num era daqueles caras metidos, simpático, sempre tivemos uma relação sempre carinhosa ao conversar um com o outro...

Da última vez que nos encontramos, na Fonte Nova, comentei com ele que havia esquecido desse bom gosto futebolístico dele, então ele me relembrou (realmente eu havia esquecido, que pecado) de sua gravação do Hino do Maior de Todos...e QUE versão!!!
Descanse em paz com muito Blues Álvaro Assmar:

https://www.youtube.com/watch?v=ct-h8jtEdyc