terça-feira, fevereiro 20, 2018

CAOS, FURADEIRA E ROCK 'N' ROLL

Quarteto pós-punk industrial faz duas datas no Gamboa Nova para lançar novo (e melhor) disco

Furadeira, caos e rock 'n' roll: MO no comando. Ft Fernando Lopes
O caos soteropolitano nosso de cada dia é a principal fonte de inspiração da banda Modus Operandi.

Oriunda da cena pós-punk / gótica / eletrônica / industrial, o quarteto liderado por David Vertigo Giassi desde 1996 lança seu quinto trabalho com dois shows no Teatro Gamboa Nova: amanhã e no dia 28.

Intitulado ...vício, virtude, violência..., o EP com seis faixas é o trabalho mais redondo do grupo, refletindo com sua música dura e percussiva uma realidade que parece caminhar para um estado de coisas cada vez mais obscuro e sombrio.

“A maioria das músicas foi composta em 2016, início de 2017. Nesse período o Brasil e o mundo viviam uma forte crise política e econômica, com candidatos de ultra direita protagonizando ações mundiais. Salvador é uma metrópole e também uma cidade portuária, o que a torna ainda mais cosmopolita. O disco retrata essa crise. A pessoa que ouvir U.M.A.  por exemplo, onde usamos o berimbau, instrumento de matriz africana, e Barbárie, onde citamos bairros de Salvador, vai facilmente associar a mensagem da música a qualquer metrópole do mundo”, conta Marcos Sampaio (furadeira, percussão metálica).

“Esse é o nosso quinto álbum, então quisemos usar a letra V (5 em algarismo romano) como referência para o título do disco. Além disso o embrião das músicas foi criado em um estúdio  no bairro de Sussuarana, periferia de Salvador, onde as pessoas convivem diariamente com o vício, a virtude e a violência e refletem toda essa tensão global até nas pequenas ações cotidianas”, diz.

"Na verdade todos os nossos discos possuem algum conceito, em alguns casos este conceito fica 'críptico'. Acho que neste disco ficou tudo mais explícito e cru que das vezes anteriores; abordando o caos urbano, ódio, problemas pessoais", acrescenta David.

Ruídos integrados

Modus Operandi, foto Fernando Lopes
Usados em gravações e nos shows, instrumentos incomuns como sucatas, furadeira, esmeril e até berimbau não são novidade – o paulista Loop B já fazia isso antes, e provavelmente alguém  já fazia antes dele.

Ainda assim, não é fácil integrar seus sons de forma coerente em música – coisa que esses caras conseguem fazer de forma brilhante.

“(A resposta é) Muito ensaio. Diferente de outros artistas que se utilizam disso nós procuramos incorporar da forma mais fidedigna possível os ruídos e sons estranhos. A participação de Marcos  é um complemento muito importante, inclusive determinando  os ritmos de algumas músicas”, conta David.

"Usamos esses instrumentos (sucatas, esmeril, furadeira...) desde o início da banda lá nos idos de 96, quando eramos apelidados de 'banda estranha'. O que existe é um entrosamento muito grande entre os integrantes da banda o que facilita na criação das músicas. Nos respeitamos muito. E isso é levado para o estúdio. As composições  e as performances ao vivo da Modus Operandi é um resultado desse entrosamento", diz Marcos.

Nestes shows de lançamento, David, Marcos, Henrique Letárgico (baixo) e Eduardo Deus (bateria) prometem uma experiência de múltiplas linguagens: “Preparamos um show super especial, com intervenções de teatro, performances e poesia. A melhor forma de se conhecer a Modus é ao vivo”, enfatiza David.

Modus Operandi: ...vício, virtude, violência / Amanhã e dia 28, 20 horas / Teatro Gamboa Nova / R$ 20 e  R$ 10



NUETAS

Soft, Astral, Bilic... 

Agora sim, 2018 começa à vera: sexta-feira tem NHL Festival 14, com Iorigun, Soft Porn, Astralplane, Bilic e Tangolo Mangos. Nessa night, curta ainda as projeções de Artur Rios, a revista NIHIL 17 e a coletânea NHL MUSIC #3. Club Banhnof (ex-Idearium) 20 horas, R$ 10 e R$ 15.

Honkers, Donatitta

Os inoxidáveis The Honkers tiram a roupa de novo neste sábado, com Donatitta e DJ Selectah Rasta.  20 horas, no Puleiro do Rock (Rua Capitão Melo, 459, Stella Maris).

Africania em dobro

Super banda feirense, a Africania traz seu som cheio de peso e suíngue para o  Lalá Multiespaço. Sábado, em duas sessões: 21 e 23 horas. R$ 10 e R$ 5.

3 comentários:

rodrigo sputter disse...

pqp chicón...vc falou q tiraremos a roupa, agora não podemos deixar na mão o maior jornalista de rock da Bahia de todos os tempos...heehhehehh

grande banda a Modus...resistentes...mais véins dois anos que nós...botando pra quebrar há 22 anos!!!

Franchico disse...

Tira! Tira! Tira! ;-)

Franchico disse...

CHU-PA:

https://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/tribunal-dobrou-indenizacao-que-frota-tera-de-pagar-jean-wyllys/

Ih, mas isso ele já faz. Profissionalmente, inclusive....

;-)